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Lista da empreiteira tinha 18 partidos identificados por nomes de clubes do futebol brasileiro: o Partido Verde, por exemplo, era Coritiba. | Antônio More/Gazeta do Povo
Lista da empreiteira tinha 18 partidos identificados por nomes de clubes do futebol brasileiro: o Partido Verde, por exemplo, era Coritiba.| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

No jogo da Odebrecht, Fla x Flu é PT contra DEM e Corinthians e São Paulo é PSDB contra PR. A escolha de times de futebol para substituir o nome de partidos foram adotadas em algumas das planilhas do Departamento de Operações Estruturadas, o conhecido “departamento da propina”. Algumas das planilhas entregues aos investigadores usaram os termos e para designar qual cargo ocupava o político beneficiado as posições de jogadores eram usadas, com os pagamentos indo de goleiro (sem cargo) a centroavante (presidente).

Uma tabela entrega por Luiz Eduardo Soares, um ex-diretor da empresa que atuava no setor, faz a relação dos times com os partidos. Ele entregou ainda outras planilhas em que os códigos eram usados, mas nem todos os partidos que constam na tabela dos apelidos aparecem entre os que receberam recursos com esses codinomes.

A lista conta com 18 partidos. Além dos citados, constam na lista PMDB (Internacional), PSB (Sport), PP (Cruzeiro), PTB (Vasco), PPS (Palmeiras), PSOL (Atlético Mineiro), PCdoB (Bahia), PSC (Náutico), PSD (Botafogo), PRB (Santos), PDT (Grêmio), PROS (Santa Cruz), PV (Coritiba) e Rede (Remo). Político que não tinha partido era identificado como ABC.

Nessa tabela, explica-se ainda que presidente era centroavante, governador era descrito como meia, senador chamado de ponta, deputado federal era apelidado de volante e deputado estadual era zagueiro. Quem não tinha cargo e pertencia a base de partidos, recebia o apelido de goleiro.

Por isso que nessa lista o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tinha em outros documentos o apelido de “Botafogo”, time para o qual torce, foi chamado de “volante” do “Fluminense”. As planilhas apresentadas trazem dezenas de políticos e nem todos viraram alvo de inquérito porque os documentos, segundo o depoimento de Soares, misturam caixa um e caixa dois.

O ex-executivo relatou em um deus seus depoimento que a empresa preferia o caixa dois para ocultar apoios. “Nós não gostávamos de fazer muitos pagamentos lícitos porque chamava muito a atenção. Se fosse pagar tudo de forma lícita daria US$ 100 milhões da Odebrecht. Em 2010 acho que foi R$ 60 milhões em (doação) lícita. É pouco. Se pega em relação a Camargo Corrêa, Andrade é pouco”, afirmou Soares.

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