O coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, defendeu nesta segunda-feira (12) a prisão do senador Aécio Neves (PSDB-MG). Para o procurador, a medida é necessária porque o Senado Federal ainda não cumpriu a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de afastar o tucano do mandato.
“O afastamento objetiva proteger a sociedade. Desobedecido, a solução é prender Aécio, conforme pediu o PGR Janot”, disse Deltan em sua conta no Twitter.
O afastamento objetiva proteger a sociedade. Desobedecido, a solução é prender Aécio, conforme pediu o PGR Janot. https://t.co/XRiWg42XsV
— Deltan Dallagnol (@deltanmd) 12 de junho de 2017
O procurador geral da República Rodrigo Janot chegou a pedir a prisão do senador no mês passado, quando Aécio e pessoas ligadas a ele foram alvos da Operação Patmos, da Polícia Federal, desencadeada a partir das colaborações premiadas de executivos da JBS. O ministro Edson Fachin, que é relator da Lava Jato no STF, negou o pedido de prisão, mas determinou que o senador fosse afastado do mandato.
O Senado, porém, ainda não cumpriu a decisão. Reportagem da Folha de S. Paulo dessa segunda-feira mostra que o nome de Aécio ainda aparece no painel de votações e na lista de senadores em exercício da Casa.
O tucano é alvo de inquérito no STF depois de ter sido gravado por um executivo da JBS pedindo R$ 2 milhões da empresa para pagar o advogado que faz sua defesa na Lava Jato. Em uma operação realizada no último dia 18, a Polícia Federal prendeu a irmão de Aécio, a jornalista Andrea Neves, e o primo do tucano, Frederico Pacheco.
A Polícia Federal, em uma ação controlada, flagrou Pacheco recebendo parte do dinheiro pedido por Aécio à JBS. A entrega do dinheiro foi feita pelo executivo Ricardo Saud, que também firmou acordo de colaboração premiada.
O senador foi denunciado por Janot ao STF por corrupção passiva no início de junho, mas a denúncia ainda não foi aceita.
A defesa de Aécio argumenta que o senador cumpriu todas as medidas impostas pelo STF e que ele se mantém afastado das atividades parlamentares, à espera da apreciação de seu recurso.
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