O partido Podemos acaba de surgir com o discurso de ser de o novo, de vanguarda e com críticas aos políticos tradicionais. Mas não resiste a uma análise do perfil de sua bancada na Câmara, formada por 14 deputados. Boa parte deles aderiu a uma prática condenável pelo eleitor, mas comum na política: trocaram de partido de forma indiscriminada. A sigla do Podemos para registro nas atividades do Congresso é Pode.
O deputado Ademir Camilo, de Minas Gerais, é o que mais personifica este anti-exemplo. Ao se filiar ao Podemos, ele está indo para seu oitavo partido, em 25 anos no “ramo”. Começou no PSDB, passou pelo PPS, PDT e PROS, entre outros. Ele tem sua justificativa.
“A política não é estática. E tem seus momentos diversos. Quando você não está satisfeito, você procura outro grupo. No PROS, por exemplo, havia uma concentração de poder nas mãos de poucos. O Podemos reflete uma nova realidade. Os projetos de lei aqui, por exemplo, serão apresentados se tiverem o apoio popular”, disse Camilo.
O senador paranaense Alvaro Dias, “lançado” no sábado (1º) candidato a presidência da República pela nova sigla, está no sétimo partido. Já passou por PMDB, PST, PP, PSDB (em duas ocasiões diferentes), PDT, PV e agora Podemos.
Ex-governador de Tocantins, o deputado Carlos Gaguim está no seu quinto partido. Ele vai tentar voltar ao governo do estado ano que vem. O deputado Aluisio Mendes, do Maranhão, ocupa seu primeiro cargo eletivo e o Podemos já é o quarto partido a que está filiado.
Outros três deputados da bancada estão no quarto partido, também num curto período de política eleitoral. São eles Ricardo Teobaldo (PE), Luiz Carlos Ramos (RJ) e Ezequiel Teixeira (RJ).
O Podemos tem 760 vereadores filiados em todo o país, 30 prefeitos, 54 vice-prefeitos e 17 deputados estaduais. Dois novos deputados federais irão se transferir para o partido nos próximos dias.
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