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 | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
| Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

Passar a quarta-feira (10) atrás do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que veio prestar depoimento ao juiz Sergio Moro sobre o tríplex do Guarujá, foi uma tarefa um tanto ingrata. Os despistes da equipe do petista foram muitos. É claro que para tanto desencontro de informações há o componente de segurança, afinal, goste-se ou não de Lula, ele tem alguns benefícios por ter sido chefe de Estado. Mas, no fim das contas, ele só esteve ao lado de petistas e da militância – onde sua presença era mais confortável e desejada.

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“Não está confirmado”, “não sei” e “há mais de uma possibilidade” eram as respostas mais comuns para qualquer questionamento sobre o itinerário de Lula em Curitiba. O mistério começou com a data da vinda do petista. Sua assessoria não confirmava nada, mas houve até colegas de partido que cravaram que o ex-presidente já estaria na capital paranaense na véspera do depoimento. O ‘hotel de Lula’, em que ele passaria a noite, tinha de tudo, menos o ex-presidente.

Quando Lula chegou, na quarta-feira pela manhã, desembarcou diretamente no hangar privado no Aeroporto Afonso Pena. Ali, uma comitiva de deputados e senadores do PT e partidos aliados já o aguardava. A ex-presidente Dilma Rousseff, que veio em um voo comercial de Porto Alegre para Curitiba, desembarcou direto na pista do terminal e correu para o hangar. Lá, registros de Lula entre seus apoiadores mais fieis foram feitos e distribuídos imediatamente nas redes sociais.

Depois, Lula mal foi visto – fez uma passagem relâmpago pelo centro de Curitiba e seguiu para um escritório de advocacia no Bacacheri, onde se reuniu com sua equipe para acertar os detalhes antes do depoimento. De lá, ele seguiu para a Justiça Federal e ali foi o único momento em que esteve ‘nos braços do povo’. O ex-presidente fez um desembarque rápido por uma das ruas em que concentravam mais militantes. Desceu do carro e cumprimentou alguns dos que estavam na rua antes de entrar na área bloqueada pela polícia e finalmente ir para o prédio da Justiça Federal, onde prestaria o depoimento.

Lula passou cinco horas cara a cara com Moro. Nesse intervalo, as ruas esvaziaram, choveu, o sol apareceu novamente e a militância foi se concentrar na Praça Santos Andrade. Durante o depoimento, as ruas do Ahú estavam cheias de jornalistas e policiais militares – todos ali trabalhando. Poucos moradores e pedestres passaram por ali e o movimento só cresceu depois das 18h, com gente indo ou voltando para casa.

Após o depoimento, a comitiva de Lula saiu em disparada para o centro de Curitiba. Os carros saíram do prédio da Justiça Federal e passaram rapidamente pela área bloqueada – o petista era ansiosamente aguardado na Santos Andrade e sua presença já havia sido anunciada antes mesmo de o depoimento de fato acabar.

Para uma plateia de cerca de 5 mil pessoas, Lula finalmente discursou. Ele falou sobre o processo que enfrenta na Lava Jato e reafirmou o desejo de ser candidato à presidência em 2018. Da praça, onde encontrou os apoiadores anônimos e famosos, Lula foi direto para o aeroporto e voltou para casa, passando incógnito como no restante do dia.

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