Foram registrados panelaços em diversas cidades do Brasil durante o pronunciamento do Presidente Michel Temer. Às 15h deste sábado foram ouvidas as primeiras manifestações. Em São Paulo, os bairros como Pompeia, Perdizes, Pinheiros, Consolação, Bela Vista, Liberdade, Moema e Vila Buarque apresentaram o maior número de registros de panelaço.
O panelaço também ocorreu no Centro do Rio de Janeiro, em bairros de Porto Alegre, em Brasília, em Aracaju e Salvador. Em Santos e São Vicente, foram registradas muitas manifestações.
Antes mesmo do depoimento do ex-presidente, usuários do Twitter já “cobravam” a realização de panelaços - já que a prática foi muito comum durante o impeachment da presidente cassada Dilma Rousseff. Uma internauta escreveu: “Cadê o panelaço no pronunciamento do embuste do Temer? Ah é, o problema do Brasil é só Lula e Dilma, o resto não precisa fazer panelaço?”.
Tão logo as panelas se fizeram ouvir, outros usuários do Twitter se manifestaram. Um deles escreveu: “Panelaço comendo solto. Esse sujeito que Temer agora execra, tinha livre ingresso no Palácio. O povo cansou de ser besta!”. Outra usuária do Twitter comentou: “Eu acho que ele queria testar pra ver se ia ter panelaço e descobrir em que terreno ‘tá’ pisando”.
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Para aliados de Temer, discurso foi tentativa de diminuir a pressão pública
Lideranças do PSDB e do DEM, principais aliados do governo, avaliaram que o novo pronunciamento do presidente Michel Temer foi uma tentativa de diminuir a pressão pública contra ele. “Foi uma tentativa de resistir aos fatos e à pressão popular. Pode ter algum efeito na opinião pública, que está revoltada também com a JBS”, afirmou o secretário-geral do PSDB, deputado Sílvio Torres (SP).
Vice-líder do DEM na Câmara, o deputado Pauderney Avelino (AM) avaliou que Temer foi “muito bem” no discurso, ao falar sobre o que muito o questionavam”. “Mas o momento não é de tranquilidade”, afirmou. Pauderney Avelino disse que o partido continuará “avaliando os fatos”.
Na linha do discurso do presidente, ele considerou que a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem cometido “alguns equívocos, em razão da pressa”. Pauderney Avelino criticou o empresário Joesley Batista, dono da JBS, que fechou acordo de delação premiada no qual apresenta gravação em que, de acordo com a PGR, Temer dá aval para compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “Estamos diante de uma situação absolutamente inusitada. Enquanto o país amarga a pior crise das últimas décadas, delatores bilionários estão livres no exterior para usufruir o dinheiro amealhado de forma espúria dos brasileiros”.
Já a oposição criticou o presidente. Segundo o líder do PT na Casa, Carlos Zarattini (SP), o pronunciamento de Temer foi de uma “desfaçatez total”. “Ele tenta mudar os fatos, criar uma interpretação própria.” “Ele faz uma mágica de tentar sair deste buraco que se meteu, jogando a culpa no Joesley e no PT. Ele não tem condição alguma de se livrar disso. O governo Temer não tem condições de se manter”, disse.
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