O depoimento do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro colocou novamente sobre a imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a sombra de uma das obras mais caras iniciadas em seu período como presidente da República: a refinaria Abreu e Lima, construída a partir de 2005 no polo petroquímico de Pernambuco.
Segundo o ex-presidente da construtora, uma das quatro empresas a participar da Abreu e Lima, foi com verbas de propina relacionadas à obra que a empreiteira bancou as reformas no tríplex que Lula receberia de presente no Guarujá, no litoral paulista. A refinaria seria usada para “encontros de contas” com o Partido dos Trabalhadores.
O “encontro de contas” era uma maneira de fazer com que o dinheiro passasse de um lado para outro, beneficiando as duas partes de um esquema de corrupção. O que Léo Pinheiro disse ter ocorrido no caso do tríplex, por exemplo, vai nesse sentido: Lula queria o apartamento decorado, e a empreiteira recebeu autorização da tesouraria do PT para fazer a manobra contábil e usar dinheiro vindo da obra em Pernambuco.
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Há anos os preços da Abreu e Lima chamam atenção. Usada como peça de propaganda pela Petrobras no período do PT, a unidade, também chamada de Refinaria do Nordeste (Rnest) começou a ser erguida com preço estimado em US$ 2,5 bilhões. Terminou com gastos da ordem de US$ 20 bilhões.
A refinaria é voltada principalmente para a transformação de óleo cru em diesel e tem capacidade para processar até 230 mil barris por dia. É considerada a mais moderna do país.
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Segundo delações anteriores, a Odebrecht e a OAS, integradas em consórcio, deram R$ 90 milhões em propinas à Petrobras e ao governo de Pernambuco para ficar com partes da obra. A OAS, que usou a propina supostamente para pagar a reforma no tríplex, ganhou as obras das Unidades de Destilação Atmosférica. Também participaram da obra a Camargo Corrêa e a Queiroz Galvão.
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