A Polícia Federal realiza na manhã desta quinta-feira (21) a Operação Pedra no Caminho, etapa da Lava Jato em São Paulo, que apura crimes praticados por agentes públicos e empresários durante as obras do Rodoanel Viário Mário Covas - Trecho Norte.
Os alvos dos mandados são ex-diretores da DERSA, executivos das Construtoras OAS e Mendes Junior. Estão sendo cumpridos 15 mandados de prisão temporária e 56 de busca e apreensão nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto, Bofete, Arujá, Carapicuíba e Marataízes (ES).
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O inquérito policial foi instaurado em 2016, após um ex-funcionário de uma empresa que atuou nas obras apresentar à Polícia Federal informações sobre possíveis manipulações em termos aditivos dessa obra do Rodoanel, para aumentar o valor pago a empreiteiras, que já haviam vencido a licitação para realizar as obras.
As investigações apontam que aditivos contratuais, relacionados principalmente à fase de terraplanagem da obra, incluíam novos serviços para efetuar a remoção de matacões (rochas) misturados ao solo. As provas produzidas no inquérito policial indicam que era previsível a existência de matacões no solo e, portanto, o projeto inicial já contemplaria o custo de sua remoção.
Os autos apontam que, no total, o acréscimo desses serviços teria ocasionado um sobrepreço de mais de R$ 131 milhões. Segundo perícia da PF e relatórios do Tribunal de Contas da União e da Controladoria Geral da União, em um dos cinco lotes onde houve aditivos relacionados a remoção dos matacões, houve apuração de sobrepreço da ordem de R$ 33 milhões.
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