O ex-ministro da Casa Civil dos governos PT, Antônio Palocci, fechou nesta quarta-feira (10) o terceiro acordo de colaboração premiada, segundo o jornal Folha de S. Paulo e o blog O Antagonista. Desta vez, o ex-ministro negociou o primeiro acordo com o Ministério Público Federal (MPF). Ele vai auxiliar nas investigações da força-tarefa da Operação Greenfield, que investiga desvios de fundos de pensão.
Palocci está em Brasília desde segunda-feira (07) prestando depoimentos aos procuradores. Entre os temas abordados por ele na delação, está a atuação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que a Funcef e a Petros entrassem como acionistas da Norte Energia, proprietária da usina hidrelétrica de Belo Monte. Os dois fundos, dos funcionários da Caixa e da Petrobras, respectivamente, possuem 10% cada de participação na usina.
O ex-ministro já assinou um acordo de colaboração com a Polícia Federal de Curitiba no qual abordou crimes cometidos no âmbito da Petrobras. Um segundo, fechado no final do ano passado com a PF de Brasília e que tramita em sigilo, envolve acusações contra alvos com direito a foro privilegiado, como políticos com mandato.
Em um primeiro depoimento aos procuradores da operação Greenfield, ainda em 2018 e sem ter assinado um acordo, Palocci já havia dito que o ex-presidente interferia em investimentos dos fundos de pensão desde a década de 90 e que teria recebido propina por causa de sua atuação relacionada à construção de Belo Monte.
Deflagrada em 5 de setembro de 2016, a Greenfield já havia mapeado em sua primeira fase possíveis irregularidades no investimento em Belo Monte. À época, no pedido de prisão do ex-presidente da Funcef, Guilherme Lacerda, os investigadores citam um possível desdobramento da apuração cujo alvo seria a obra de Belo Monte.
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