• Carregando...
 | Albari Rosa/Gazeta do Povo
| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Foi em 2008 que Joesley Batista, o dono da JBS, conheceu Antonio Palocci. À época, o petista não exercia nenhum cargo público e Joesley também conhecia muito pouco sobre articulações políticas e a influência dessas relações com a economia. Curioso por entender “a mecânica dos movimentos e dos bastidores políticos”, o empresário contratou Palocci para ser seu professor sobre o funcionamento da política brasileira.

Em sua colaboração premiada, Joesley conta que contratou de forma legal a consultoria Projeto, que pertencia ao petista, sem o objetivo de influenciar nenhum órgão de governo, no Brasil ou exterior. Naquele momento, Joesley via em Palocci a pessoa que poderia lhe “dar aulas” sobre política.

Além de ser professor de articulação política, a consultoria de Palocci auxiliou o empresário em 2009, num parecer sobre o mercado americano de frango, com pagamento de bônus em caso de êxito. De acordo com a delação, foram firmados dois contratos com a empresa Projeto Consultoria Financeira e Econômica. O primeiro, de novembro de 2008 teve um aditivo em novembro de 2009 e estipulava o valor de R$ 15 mil mensais. O segundo contrato é de julho de 2009, no valor de R$ 500 mil de adiantamento e honorários de até R$ 2 milhões, em caso de êxito, para a emissão do parecer.

Braço-direito de Dilma, Palocci pediu R$ 30 milhões para campanha

Ex-ministro da Casa Civil e Fazenda, Palocci se tornou braço-direito de Dilma Rousseff para a campanha presidencial de 2010. Em um jantar na casa de Joesley, o petista pediu o apoio de R$ 30 milhões para a campanha. O pedido foi parcialmente atendido: segundo a delação, foram repassados cerca de R$ 19,7 milhões.

Parte do pagamento, de R$ 1,82 milhão, foi entregue em espécie a um emissário chamado de Samuel, de quem Joesley não se recorda. Outros R$ 612,9 mil foram divididos em três notas fiscais em nome de Hedge Assessoria de Consultoria Empresarial. Ainda houve a entrega de R$ 1 milhão em dinheiro a uma pessoa chamada Gilmarcy. O valor mais vultuoso, R$ 16,3 milhões, foi distribuído por meio de doações a diversos candidatos indicados por Palocci.

Petista negocia delação

Antonio Palocci, preso preventivamente desde setembro passado pela operação Lava Jato, está negociando um acordo de delação premiada. Em abril, ele prestou depoimento à Sergio Moro e prometeu entregar “nomes, endereços e operações”. Palocci é apontado em delações premiadas de executivos da Odebrecht como interlocutor do PT para negociar valores e pagamentos de contribuições eleitorais – legais e em caixa 2. O petista até contratou um novo advogado para negociar sua delação, que pode esclarecer pontos sobre caixa 2 e indicações políticas na Petrobras, por exemplo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]