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Senador Magno Malta (PR-ES) fez um discurso de despedida após oito anos no Senado: ele saiu derrotado na  tentativa de se reeleger em outubro. | Marcos Oliveira/Agência Senado
Senador Magno Malta (PR-ES) fez um discurso de despedida após oito anos no Senado: ele saiu derrotado na tentativa de se reeleger em outubro.| Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado

A quarta-feira (12) foi de despedidas na Câmara dos Deputados e no Senado Federal. Parlamentares que não conseguiram renovar o mandato ou que foram derrotados na busca por outros cargos ocuparam a tribuna para apresentar um balanço de suas atuações no Legislativo e agradecer os colegas de Casa.

Chico Alencar (PSOL-RJ), Leonardo Picciani (MDB-RJ) e Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR), entre outros, estiveram entre os que discursaram em despedida. Muitos dos pronunciamentos foram seguidos de aplausos – coisa rara no plenário na Câmara, onde a maior parte das falas é acompanhada com indiferença. No Senado, Magno Malta (PR-ES) e Roberto Requião (MDB-PR) pediram a palavra para dar adeus e fazer um balanço dos mandatos.

O mandato dos atuais deputados federais e senadores, no entanto, dura ainda mais de um mês e meio. O recesso parlamentar se inicia apenas daqui dez dias, em 22 de dezembro, e os novos congressistas tomam posse em 1º de fevereiro. Na atual semana, estão ainda previstas para quinta e sexta-feira sessões solenes, homenagens convocadas pelos parlamentares, e as “sessões de debates”, que se resumem à abertura do microfone para os deputados que queiram fazer pronunciamentos.

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Entre a “despedida” de hoje e o encerramento do mandato, os parlamentares prosseguirão recebendo seus salários. Durante o recesso, eles trabalham apenas no caso de convocação extraordinária, algo unusual no Parlamento.

Contagem regressiva

A exceção fica por conta da Comissão Representativa, grupo de sete senadores e 16 deputados que permanece de prontidão no período de inatividade. No recesso do meio do ano, a Comissão teve entre os integrantes dois deputados condenados pela justiça, que trabalhavam como parlamentares durante o dia e passavam a noite no presídio: Celso Jacob (MDB-RJ) e João Rodrigues (PSD-SC).

“Agora estamos em contagem regressiva”, resumiu o deputado Betinho Gomes (PSDB-PE). Ele está em seu primeiro mandato na Câmara e, em outubro, ficou distante da votação mínima para obter uma nova vaga de deputado federal pelo seu estado. “Mas vamos ficar de olho nos projetos que aparecerem”, disse. No discurso de despedida, ele afirmou que vai se dedicar à situação política de sua cidade.

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“Vou concluir meu mandato, participar das sessões que ainda acontecerem. Se for o caso, vou também apresentar projetos de lei que deixarei para tramitação da próxima legislatura”, declarou Leonardo Picciani (MDB-RJ). Filho de Jorge Picciani (MDB-RJ), ex-manda-chuva da Assembleia Legislativa do Rio que atualmente está em prisão domiciliar, o emedebista tentava o quinto mandato consecutivo, mas foi alvejado pela onda que afetou o MDB em todo o país.

Sua votação, que superou os 180 mil votos em 2014, foi inferior a 39 mil em outubro último.

Um Congresso renovado

A renovação foi um marco da corrida pelas vagas na Câmara em 2018. Menos da metade dos deputados que tomará posse em 2019 serão parlamentares reeleitos. O Senado verá uma ainda mais expressiva troca de parlamentares: de cada quatro senadores que tentaram a reeleição em 2018, três não conseguiram. Houve também senadores que, receosos em ficarem sem mandato, optaram por uma vaga na Câmara, que demanda menos votos. Nessa condição estão Gleisi Hoffmann (PT-PR), Aécio Neves (PSDB-MG) e Lídice da Mata (PSB-BA).

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