O presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, negou que a construtora OAS tenha recebido algum tipo de benefício em troca do pagamento dos armazéns que guardavam o acervo presidencial do ex-presidente Lula. Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro nesta quinta-feira (04), Okamotto afirmou que o auxílio fornecido pela empresa foi espontâneo, na forma de apoio cultural. O depoimento faz parte de um dos processos judiciais da Operação Lava Jato.
A empreiteira é acusada de ter pagado R$ 1,3 milhão nesse armazenamento visando a receber vantagens do petista. Contudo, o presidente do instituto negou que isso tenha acontecido. “[O pagamento ] não fez parte de nenhum acerto. Eu acredito que isso foi uma contribuição de uma empresa que apoia um projeto cultural ou de preservação da história, como muitas outras empresas fazem”, disse.
Curitiba vive tensão uma semana antes do depoimento de Lula a Moro
Provisório virou permanente
Okamotto, que também é investigado por lavagem de dinheiro na Operação Lava Jato, detalhou ainda como se deu o contato com a OAS. Segundo ele, após a saída de Lula do Palácio do Planalto, a transportadora Granero ofereceu a estrutura adequada para guardar os itens ao preço de R$ 25 mil mensais, valor que o então Instituto Cidadania (hoje Instituto Lula) não tinha condições de bancar. Foi então que Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, se ofereceu para resolver a situação. “Então chamei o cara da Granero e expliquei que a OAS poderia apoiar alguns meses de aluguel até a gente achar uma alternativa”, afirma.
O presidente do Instituto Lula explicou, porém, diz que a intenção era fazer com essa ajuda fosse temporária, já que a proposta era levar os objetos do acervo para outro lugar, como um museu ou uma universidade. “Era para ser provisório, mas infelizmente, por uma série de questões, acabou demorando tanto tempo”.
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