O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva soube da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de conceder uma liminar impedindo sua prisão até o dia 4 durante um ato na noite desta quinta-feira (22), na cidade de Palmeira das Missões, no Rio Grande do Sul.
Às 19h15, um assessor lhe entregou o seu próprio celular. Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff leram a notícia juntos.
Pouco antes, os ministros do Supremo tinham decidido adiar para o dia 4 de abril a discussão sobre o habeas corpus pedido pela defesa do petista. Com esse salvo-conduto, o ex-presidente poderá encerrar sua caravana pelo Sul do país conforme planejado. Ela termina no dia 28 de março, com um ato público em Curitiba.
Atendendo a um pedido da defesa, seis dos 11 ministros votaram também por conceder uma liminar proibindo a sua prisão até essa data, sob o argumento de que o ex-presidente não poderia ser prejudicado por um atraso no julgamento – atraso esse que não aconteceu por culpa dele.
Com gestos, o ex-presidente queixou-se da dificuldade de enxergar o texto, chamando o vice-presidente do PT Márcio Macedo para que lesse a notícia. Numa rodinha, Lula, Dilma e Macedo conversaram. Até que o anfitrião do ato e coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), João Pedro Stedile, arrancasse o celular de sua mão.
Naquele momento, os participantes do ato tinham apenas informações incompletas. Pouco depois, Dilma assumiu o microfone para discursar. Um assessor subiu ao palco e conversou com o ex-presidente. Lula ouviu depoimentos de simpatizantes que foram beneficiados com programas sociais em um ato sobre agricultura familiar.
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No discurso, Lula disse esperar que os ministros do STF se debrucem sobre o mérito de seu processo. O ex-presidente repetiu que não está acima da lei. “Eu quero apenas a lei e a justiça”, afirmou. E demonstrou satisfação após saber da decisão: “Pense num cabra animado”.
Na próxima segunda (26) o Tribunal Regional Federal da 4.ª Região (TRF-4) julgará os últimos recursos de Lula naquela instância. A partir dali, rejeitados os recursos, pela praxe do TRF-4, a prisão poderia ser decretada. A liminar do STF, porém, agora impede que ele seja detido nas próximas duas semanas.
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