A partir da próxima segunda-feira (10) já será possível medir o impacto eleitoral do ataque contra o candidato Jair Bolsonaro, com a divulgação do resultado de uma série de pesquisas de intenção de voto. Pelo menos cinco questionários de abrangência nacional estão registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e devem ser divulgados ao longo da semana.
Os resultados devem refletir uma possível mudança nos ânimos do eleitorado, especulada por analistas depois de Jair Bolsonaro ser atacado com uma faca, em Juiz de Fora (MG), na tarde desta quinta-feira (6). Até então, pesquisas recentes mostram o candidato do PSL em uma liderança estável, no 1.º turno, em cenários sem o ex-presidente Lula (cuja candidatura foi barrada pelo TSE); mas com dificuldade de superar seus adversários nas simulações do 2.º turno.
A maratona de pesquisas eleitorais será inaugurada pelo Datafolha, que irá aplicar o questionário e divulgar os resultados já na segunda-feira (10). A pesquisa foi contratada pelo grupo Globo e irá ouvir 2.820 eleitores com 16 anos ou mais em todo o território nacional.
Também na segunda deve ser divulgado o resultado do levantamento feito pela FSB Pesquisa, encomendado pelo Banco BTG Pactual. Os questionários serão aplicados neste fim de semana — no sábado (8) e domingo (9) — com 2.000 entrevistados, pelo telefone.
O resultado do Ibope sai na terça-feira (11). Uma peculiaridade do levantamento é o intervalo de aplicação maior, de uma semana, dos questionários. É possível, portanto, que o resultado traga uma mescla do sentimento político antes e depois do ataque contra Jair Bolsonaro. Isto porque a pesquisa teve início na última quarta-feira (5), antes do ataque, e segue até terça-feira (11), dia da divulgação.
Dois levantamentos rodam entre a sexta-feira (7) de feriado e a próxima terça-feira (11). A do Paraná Pesquisas, a pedidos da Empiricus, sai na quarta-feira (12). Já na quinta (13) será divulgado o resultado do Vox Populi, encomendado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
Lula é figura de destaque
Apesar da expectativa em torno de uma possível variação nas intenções de voto para Jair Bolsonaro, após ele ser alvo de um ataque, outra personagem figura de forma central nas pesquisas que serão divulgadas na próxima semana: o ex-presidente Lula.
Todos os cinco levantamentos registrados no TSE trazem, de formas distintas, perguntas que devem tentar a mensurar os impactos do impedimento da candidatura do petista e de seu apadrinhamento político ao correligionário Fernando Haddad.
Paraná Pesquisas e Datafolha querem estimar se os eleitores sabem quem Lula irá apoiar, além de mensurar se Haddad será ou não impactado com o apoio (e, caso seja, se positiva ou negativamente). FSB e Ibope se resumem a esta segunda parte.
Já o levantamento do Vox Populi, encomendado pela CUT, vai tentar compreender a transferência de votos de Lula de uma forma mais detalhada, com uma série de perguntas do tipo “você ficou sabendo” se “Lula vai ser candidato, ou não?” e se o eleitor sabe quem o ex-presidente irá apoiar.
O Vox Populi também é o único instituto que incluiu questões específicas sobre o ataque contra Jair Bolsonaro em sua pesquisa. Incluir perguntas sobre intenção de voto (se ela foi influenciada pelo ocorrido) e sobre o caráter do ataque (se foi um atentado político ou não), por exemplo.
Últimos resultados
Nas pesquisas mais recentes, Jair Bolsonaro aparece como líder da disputa presidencial. O Ibope, divulgado na última quinta-feira (5), mostra o capitão da reserva com 22% das intenções de voto, dez pontos percentuais à frente de Ciro Gomes (PDT) e Marina Silva (Rede), empatados em segundo com 12%.
A XP/Ipespe, divulgada nesta sexta-feira (7), mostra números semelhantes. Bolsonaro figura em primeiro com 23%, contra 11% de Ciro e Marina, novamente empatados na segunda colocação.
As pesquisas representam um quadro um pouco mais “quente” das eleições, cujo quadro começa a ser melhor delineado. Com o afatasmento de Lula, em decisão do TSE, a figura do ex-presidente começa a sair de campo.
Neste cenário — pré-ataque — os números mostravam Bolsonaro patinando para revertar o favoritismo do 1.º turno em vitória no 2.º. Na simulação do Ibope, o candidato do PSL apareceu à frente apenas de Fernando Haddad (PT) e, ainda assim, com apenas um ponto percentual de vantagem, o que configura empate técnico. Cenário que se repetiu no levantamento do Ipespe, com Bolsonaro vencendo apenas Haddad no 2.º turno (desta vez com 3 pontos de diferença).
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