O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) publicou nesta sexta-feira (18) uma lista dos seus 50 maiores tomadores de recursos. Petrobras, Embraer, Norte Energia, Vale, Construtora Norberto Odebrecht, Tim, Telefônica e Oi estão entre os dez maiores. Segundo banco de fomento, é a primeira vez que esses dados são disponibilizados ao público neste formato.
Após a divulgação do documento, o presidente Jair Bolsonaro, que prometeu diversas vezes nos últimos meses “abrir a caixa-preta do BNDES”, comemorou o fato em sua conta no Twitter. “Ainda vamos bem mais a fundo! BNDES divulga interessante link identificando os países que usaram os recursos financeiros do Brasil e os motivos dos empréstimos. Tire suas conclusões”, escreveu.
Ainda vamos bem mais a fundo! BNDES divulga interessante link identificando os paÃses que usaram os recursos financeiros do Brasil e os motivos dos empréstimos. Tire suas conclusões: https://t.co/kJKJXjenhI pic.twitter.com/HKaULyXHDG
— Jair M. Bolsonaro (@jairbolsonaro) 18 de janeiro de 2019
A ferramenta permite ao usuário ver cada operação efetuada com os 50 maiores tomadores de recursos dos últimos 15 anos (2004 a 2018), além de disponibilizar recortes trienais. A nova página da plataforma de transparência também permitirá saber se os recursos emprestados pelo BNDES para os maiores clientes foram por meio de empréstimos ou de investimento em renda variável, por compra de ações negociáveis ou por outras formas do BNDES entrar na estrutura societária da empresa.
Confira aqui a plataforma do BNDES
O que está na lista
No período de 2004 a 2018, por exemplo, a Petrobras aparece como a principal tomadora de recursos com R$ 62,429 bilhões, o equivalente a 4,05% de todos os recursos tomados no banco. Embraer aparece em segundo lugar, com R$ 49,37 bilhões ou 3,20% do total, seguida por Norte Energia (R$ 25,388 bilhões) e Vale (R$ 22,489 bilhões).
Já no recorte mais recente, que engloba o período de 2016 a 2018, Embraer aparece como a maior tomadora de recursos do BNDES, com R$ 8 bilhões, seguida por Xingu Rio Transmissora de Energia (R$ 5 bilhões), Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (R$ 5 bilhões), Fibria (R$ 3,4 bilhões), Belo Monte (R$ 3,2 bilhões), Rumo Malha Norte (R$ 2,39 bilhões), Concessionária de Rodovia Sul Matogrossense (R$ 2,32 bilhões), FCA Fiat Chrysler (R$ 1,77 bilhão), o município do Rio de Janeiro (R$ 1,64 bilhão)e a Concessionária Aeroporto Rio de Janeiro (R$ 1,62 bilhão).
Em nota, o banco explica que a busca por melhorar a experiência do usuário responde ao compromisso de facilitar o entendimento do público das operações efetuadas pelo banco, permitindo analisar onde a instituição mais investiu.
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“Apesar da variedade de informação que o banco tem disponibilizado nos últimos três anos, há uma percepção de que os dados frequentemente estão disponíveis de uma maneira difícil para a maioria das pessoas. O objetivo é, assim, tornar a navegação mais amigável e acessível. A disponibilização da lista, com acesso a um grande número de detalhes de cada operação, é parte do esforço de transparência que o Banco tem feito e que deve ser a marca das suas ações sempre”, afirma o BNDES.
O banco de fomento diz ainda que a iniciativa de facilitar a compreensão das operações do BNDES também inclui um acesso direto a todos os contratos de exportação de bens e serviços brasileiros de engenharia para projetos em outros países. “Foi disponibilizado um link que permite acessar, na íntegra, os contratos assinados entre o BNDES, o país importador e a empresa brasileira exportadora de bens e serviços de engenharia”, informa.
Segundo o BNDES, no site estão disponíveis os contratos referentes à exportação relativa a projetos nos nossos vizinhos Argentina, Paraguai, Peru e Venezuela, assim como em Honduras, Equador, Costa Rica, Guatemala, México, República Dominicana e Cuba, além de Angola, Gana e Moçambique.
CORREÇÃO: A nota enviada anteriormente pela agência de notícias Estadão Conteúdo contém uma incorreção no texto. São Paulo, o Estado brasileiro, é que está entre os maiores tomadores de recursos, e não o jornal “O Estado de S. Paulo”, como foi erroneamente divulgado.
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