A direção da Petrobras encaminhou nesta segunda (28) uma carta a seus empregados pedindo que não participem da greve de 72 horas convocada pelos sindicatos de petroleiros para a próxima quarta (30).
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No documento, a direção defende ainda a política de preços dos combustíveis. “Como a Petrobras e a sua força de trabalho podem melhor ajudar o Brasil neste momento? Não acreditamos que seja com paralisações e com pressões para redução de nossos preços”, diz o texto, ao qual a reportagem teve acesso.
Os sindicatos dos petroleiros alegam que a política de preços estabelecida pela gestão Pedro Parente é prejudicial à companhia por abrir espaço para a concorrência com combustíveis importados. A greve de 72 horas marcada para esta quarta pede a revisão da política e a saída de Parente.
“Neste grave momento da vida nacional, convidamos todos a uma cuidadosa reflexão”, diz a empresa. Na carta, a direção da Petrobras diz que a política de preços permitiu a redução do endividamento da empresa, que poderá cumprir seu “papel social” de investir, produzir, contratar e gerar desenvolvimento.
“Se a Petrobras não tiver as condições necessárias para ser uma empresa saudável financeiramente, o nosso país também paga um preço na forma de redução dos investimentos, impactos negativos no emprego e em toda a nossa longa cadeia produtiva”, diz o texto.
A política de preços foi estabelecida em outubro de 2016 é reforçada em julho de 2017, quando a área comercial foi autorizada a alterar os preços diariamente.
Com a escalada das cotações do petróleo e do dólar, porém, a estratégia passou a ser questionado, culminando com a greve dos caminhoneiros.
“Não existe alternativa sem custos, preços desconectados da realidade do mercado significam que alguém está pagando a conta, e as leis do País estabelecem que não é a Petrobras”, defendeu a companhia.