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| Foto: WALTER ALVES / Gazeta do Povo

Em preparação para a venda de até 40% de suas ações no mercado, a BR Distribuidora divulgou um prospecto com dados detalhados do negócio. A companhia que hoje pertence inteiramente à Petrobras reverteu uma série de prejuízos e registrou lucro de R$ 620 milhões nos primeiros nove meses de 2017, contra perdas de R$ 367 milhões no mesmo período do ano anterior.

As informações constam do prospecto preliminar para a oferta de ações protocolado pela Petrobras na CVM (Comissão de Valores Mobiliários). Por ter capital fechado, a empresa só divulgava balanços anuais. Desde 2014, quando teve lucro de R$ 1,123 bilhão, não apresentava resultado positivo.

A oferta da BR é uma das principais operações do plano de desinvestimentos da Petrobras, com o qual a companhia pretende arrecadar US$ 21 bilhões até o fim de 2018. A expectativa é que as ações sejam oferecidas ao mercado ainda este ano.

A operação contará com apoio de oito bancos, coordenados pelo Citi. O prospecto ainda não fala em valores nem no montante de ações que será oferecido. O banco UBS calcula que a empresa valha hoje R$ 29 bilhões.

No prospecto, a Petrobras diz que a BR tem boas oportunidades de crescimento, principalmente com a busca por converter postos de gasolina que hoje operam sem bandeira. A empresa estima que é possível converter até 44% dos 17.128 postos de bandeira branca brasileiros.

“Acreditamos que o Brasil reúne fatores que sustentam a relevância do consumo de combustíveis, dada a sua matriz industrial, a importância do agronegócio e o transporte de bens, insumos e pessoas em um país de dimensões continentais”, diz o texto.

Nos últimos dois anos, porém, o consumo de combustíveis caiu a uma taxa de 3,7% ao ano, acompanhando o desempenho da economia. Entre 2006 e 2014, cresceu em média 6,3% ao ano, contra um PIB médio de 3,5%.

A empresa promete sair de negócios que não fazem parte do foco - venda de combustíveis e lubrificantes - por meio de um plano de desinvestimentos. Líder na venda de derivados, a BR atua também no segmento de energia.

Como pontos fortes, destaca a liderança no mercado, com 29,8% das vendas e 8.212 postos de gasolina, marcas reconhecidas e a estrutura logística, que compreende 91 bases de armazenamento, 15 depósitos de lubrificantes e 109 pontos de abastecimento em aeroportos.

A estratégia da empresa prevê também usar a rede de postos para gerar receitas adicionais, como a instalação de postos de conveniência, hoje presentes em apenas 18,4% dos postos do país.

Entre os principais riscos citados no prospecto, estão ações judiciais, arbitrais e administrativas, no valor de R$ 12,2 bilhões; possíveis conflitos de interesse com a Petrobras e impactos de desdobramentos da Operação Lava Jato.

“Atualmente, a companhia não pode garantir de os desdobramentos das investigações relacionadas à Operação Lava Jato não podem levar à descoberta e potencial confirmação de novas irregularidades envolvendo a companhia, seus empregados e ex-empregados”, diz o texto.

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