A Polícia Federal apreendeu cerca de R$ 200 mil em dinheiro na residência do presidente nacional do Partido Progressista (PP), o senador Ciro Nogueira. A informação sobre apreensão de valores foi confirmada pelo advogado do senador, o criminalista Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay. Nogueira teve o gabinete no Senado Federal e a residência em Teresina (PI) alvos de busca e apreensão da PF nesta terça-feira (24).
A Procuradoria-Geral da República (PGR) suspeita que o senador e o deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), o Dudu da Fonte, tentaram comprar o silêncio de um ex-assessor que tem colaborado com as investigações da Lava Jato que miram a suposta participação dos dois em uma organização criminosa. O deputado também foi alvo de busca.
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De acordo com Kakay, o fato de a PF ter encontrado valores na residência do senador é “facilmente justificada, pois o Senador tem em seu IR (imposto de renda) valores em moeda regularmente declarados.”
“Ademais, dentro dos cofres localizados na residência, cujas senhas foram voluntariamente fornecidas pelo casal, também tinham pertences e valores particulares de sua esposa, que é deputada federal”, disse Kakay que avisou que irá solicitar a devolução dos valores.
Segundo a PGR, tentativa de obstrução da investigação inclui o pagamento de despesas pessoais, ameaças e até proposta para a mudança do teor de depoimento que incriminaria os alvos da operação de hoje. O objetivo das medidas cautelares cumpridas na manhã de hoje, diz o MPF, é reunir mais provas de que houve atuação para compra de silêncio.
Além das buscas, a PF cumpriu um mandado de prisão contra o ex-deputado Márcio Junqueira, que seria ligado ao senador. Além dos gabinetes ocupados pelos parlamentares no Congresso Nacional e dos respectivos apartamentos funcionais, em Brasília, foram realizadas buscas em endereços residenciais na capital federal, em Teresina, Recife (PE) e Boa Vista (RR).
Inquérito
A operação desta terça tem relação com um inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal em setembro passado, no âmbito da Lava Jato, para apurar repasses a políticos do Partido Progressista, do qual Nogueira é presidente.
Depois de um desmembramento no inquérito na semana passada, o que segue sendo investigado no inquérito é o repasse de R$ 1,6 milhão aos deputados federais Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Arthur Lira (PP-AL), Eduardo da Fonte (PP-PE) e ao senador Ciro Nogueira (PP-PI), em 2011, por meio de um contrato fictício com a empresa KFC Hidrossemeadura, pertencente a Leonardo Meirelles e o grupo Queiroz Galvão.
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