A Polícia Federal indiciou 63 pessoas envolvidas na operação Carne Fraca, deflagrada no dia 17 de março. O indiciamento foi feito na noite de sábado (16), último dia antes do vencimento do prazo de 30 dias para a conclusão da apuração. A operação investigou uma rede formada por fiscais agropecuários e grandes frigoríficos para vender carne e outros alimentos adulterados, tanto para consumo interno como para exportação.
Saiba mais sobre a operação Carne Fraca
Segundo o relatório, assinado pelo delegado Maurício Moscardi Grillo, responsável pela operação, os indiciados devem responder pelos crimes de advocacia administrativa; concussão; corrupção ativa e passiva; crime contra a ordem econômica; emprego de processo proibido; falsidade de atestado médico; falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de substância ou produtos alimentícios; organização criminosa; e peculato.
Indiciados
Entre os indiciados estão servidores de diversas carreiras do Ministério da Agricultura; um ex-assessor parlamentar do ex-deputado José Janene, morto em 2010; um agente da Polícia Federal acusado de distribuir uma carga de picanhas e camarões apreendidos; proprietários e funcionários de frigoríficos – entre eles as gigantes BR Foods e JBS; e parentes de Daniel Gonçalves Filho, um dos líderes do esquema e superintendente regional do Mapa no Paraná entre julho de 2007 e fevereiro de 2014. Segundo a PF, os familiares de Gonçalves Filho teriam atuado na lavagem de capitais dos valores ilícitos recebidos pelo ex-superintendente.
Ronaldo Troncha, que trabalhou como chefe de gabinete do deputado federal pelo Paraná Sérgio Souza (PMDB), também foi indiciado. No relatório da PF ele é acusado de violação do sigilo funcional. Em março, quando a operação foi deflagrada, Troncha foi alvo de mandado de condução coercitiva.
Investigação da PF vai continuar
No relatório da investigação, o delegado Maurício Grillo afirmou que “diante do volume de informações e peças produzidas na presente Operação – que teve sete bases operacionais, com cumprimento de mais de cento e cinquenta mandados judiciais – não houve possibilidade de esgotar todas as diligências necessárias no exíguo prazo de trinta dias legalmente estabelecido”.
Segundo ele, ainda há elementos a serem investigados e novos inquéritos a serem instaurados.
“Restam pendentes perícias nas mídias e aparelhos de telefonia celular apreendidos, a análise do material apreendido, bem como reanálise de todos os diálogos interceptados, considerando o conhecimento agora adquirido sobre todas as organizações criminosas, bem como fatos novos que surgem”, escreveu Grillo.
No documentol, Maurício Grillo destacou que há “imperiosa necessidade de revisão dos processos que envolvem este importante e sensível setor econômico do Brasil”.
Segundo ele, há a “clara necessidade de imposição de uma fiscalização correta e eficiente, considerando todas as falhas apontadas nas empresas fiscalizadas, as quais oferecerem risco a saúde pública”.
Lista dos indiciados
Alessandra Klass Guimarães Martins
Alice Mitico Nojiri Gonçalves, esposa de Daniel Gonçalves Filho
Andre Luis Baldissera, diretor da empresa BR FOODS S/A
Antonio Garcez Da Luz, fiscal federal agropecuário
Arlindo Alvares Padilha Junior, agente de Polícia Federal
Brandízio Dario Junior
Carlos Cesar, Agente de inspeção federal
Celso Dittert De Camargo
Charlen Henrique Saconatto
Daniel Gonçalves Filho
Daniel Ricardo Dos Santos
Dinis Lourenço Da Silva, Fiscal Federal Agropecuário
Edson Luiz Assunção, Fiscal Federal Agropecuário
Eduardo Vilela Magalhães
Fábio Zanon Simão, Advogado, ocupava a função de Chefe da Assessoria Parlamentar do ministério da Agricultura
Fabiula De Oliveira Ameida
Flavio Evers Cassou, funcionário da empresa SEARA ALIMENTOS LTDA
Francisco Carlos De Assis, médico Veterinário, Fiscal Federal Agropecuário, ex-Superintendente do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal – SIPOA em Goiás.
Frederico Augusto De Azevedo Lima, sócio nas empresas CURTUME CENTRO OESTE LTDA. e GAIA CURTUME LTDA
Gercio Luis Bonesi, Fiscal Federal Agropecuário
Gil Bueno De Magalhães, Fiscal Federal Agropecuário, era o Superintendente regional do MAPA no momento da deflagração desta operação
Heuler Iuri Martins
Idair Antonio Piccin, um dos proprietários da empresa PRODUTOS FRIGORÍFICOS PECCIN LTDA
Ines Lemes Pompeu Da Silva
José Antonio Diana Mapelli
José Eduardo Nogalli Giannetti, representante do grupo PECCIN
José Nilson Sacchelli Ribeiro
Josenei Manoel Pinto, agente de inspeção sanitária
Laercio José Brunetto
Lauro João Lobo Alcantara
Lucimara Honorio Carvalho
Luiz Alberto Patzer
Luiz Carlos Zanon Junior, Fiscal Federal Agropecuário
Mara Rubia Mayorka
Marcelo Zanon Simão
Marcos Cesar Artacho
Maria Do Rocio Nascimento, Médica veterinária e Fiscal Federal Agropecuária
Nair Klein Piccin, sócia da empresa PRODUTOS FRIGORÍFICOS PECCIN LTDA
Nazareth Aguiar Magalhães
Nilson Alves Ribeiro
Nilson Umberto Sacchelli Ribeiro, dono da empresa FRIGOBETO
Normélio Peccin Filho, um dos proprietários da empresa PRODUTOS FRIGORÍFICOS PECCIN LTDA
Paulo Rogério Sposito, proprietário do FRIGORÍFICO LARISSA LTDA
Rafael Nojiri Gonçalves, Filho de Daniel Gonçalves Filho
Renato Menon, Fiscal Federal Agropecuário
Roberto Borba Coelho Junior
Roberto Brasiliano Da Silva, ex-assessor parlamentar do ex-deputado José Janene
Roberto Mülbert
Ronaldo Sousa Troncha, ex-assessor do Deputado Federal SÉRGIO SOUZA
Roney Nogueira Dos Santos, gerente de Relações Institucionais e Governamentais da empresa Brasil Foods - BRF S/A
Sebastião Machado Ferreira, agente de Inspeção Sanitária e Industrial
Sérgio Antonio De Bassi Pianaro, Agente de inspeção sanitária
Sidiomar De Campos
Silvia Maria Muffo
Sonia Mara Nascimento
Sylvio Ricardo D’almas
Tarcisio Almeida De Freitas, Agente de inspeção sanitária
Valdecir Belacon
Juarez José De Santana, Chefe da Unidade Técnica Regional de Agricultura de Londrina
Julio Cesar Carneiro, Superintendente do Mapa em Goiás a
Kelli Regina Marcos
Vicente Claudio Damião Lara
Welman Paixão Silva Oliveira, Médico Veterinário, conveniado do MAPA em Goiás, lotado na empresa JBS
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