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| Foto: LIA DE PAULA/LIA DE PAULA

A Polícia Federal cumpriu nesta semana mandados de busca e apreensão relacionados a uma investigação contra o senador Paulo Bauer (PSDB-SC). O parlamentar é alvo de um inquérito que investiga o repasse de R$ 11,5 milhões, via caixa dois, para sua campanha ao governo de Santa Catarina, em 2014.

O caso está sendo investigado pela Procuradoria Geral da República (PGR), já que Bauer tem prerrogativa de foro, e teve início a partir da colaboração premiada do ex-diretor institucional da Hypermarcas, Nelson José de Mello. O colaborador teria apresentado provas de que contratos fictícios foram firmados para ocultar o pagamento de propina ao senador entre 2013 e 2015.

A Gazeta do Povo confirmou que uma das ações de busca aconteceu na Prade & Prade Advogados, em Florianópolis, e outra aconteceu na Paraná Pesquisas, em Curitiba. Segundo fontes do jornalista Marcelo Lula, de Santa Catarina, a PF esteve também na empresa Ycatu Engenharia e Saneamento, em Araquari. Teriam sido apreendidos contratos, notas fiscais e outros documentos. As três equipes da PF agiram na segunda-feira (13).

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Os pagamentos teriam sido feitos, segundo o colaborador, devido à importância de Bauer em “assuntos relacionados à guerra fiscal entre os estados e à indústria farmacêutica”. Segundo Mello, foram feitos oito contratos fictícios com três empresas, no valor total de R$ 11,5 milhões.

“Tais contratos, sem a efetiva prestação de serviços, foram firmados para ocultar doação não declarada de valores para a campanha do senador Paulo Bauer em 2014 para o governo de Santa Catarina”, diz o colaborador da Hypermarcas.

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Segundo o colaborador, a Ycatu teria firmado dois contratos com a Brainfarma – subsidiária da Hypermarcas -, um no valor de R$ 750 mil e outro no valor de R$ 1 milhão, ambos em 2014. O Instituto Paraná Pesquisas teria firmado dois contratos com a Hypermarcas, um de R$ 350 mil, em 2013, e outro de R$ 400 mil, em 2014. Já o Prade & Prade teria firmado quatro contratos fictícios com a Hypermarcas, entre 2013 e 2014. Os valores foram de R$ 3,5 milhões, R$ 1 milhão, R$ 1,5 milhão e R$ 3 milhões.

Outro lado

Em nota, o senador Paulo Bauer esclareceu que o inquérito tramita normalmente na PGR e que ele não foi intimado a depor sobre o caso. “Paulo Bauer reitera que apoia integralmente as ações legais, pois tem a convicção de que, ao final dos procedimentos, restará comprovada sua inocência”, diz a nota.

O Instituto Paraná Pesquisas também se pronunciou sobre o assunto. Em nota, negou que os contratos firmados tenham sido fictícios, ou seja, sem a devida prestação de serviços. “O Instituto Paraná de Pesquisas esclarece que não está sendo objeto direto de investigação, apenas prestou serviços de pesquisas aos investigados”, esclarece.

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À Gazeta do Povo, o sócio fundador da Prade & Prade , Péricles Prade, afirmou que foi contratado pela Hypermarcas em 2013 e 2014 para fazer um levantamento ode ações e análise jurídica, mas que não pode revelar o teor dos contratos por sigilo profissional. Ele relata ainda que forneceu espontaneamente um depoimento como testemunha na segunda-feira (13) à Polícia Federal, data da operação no escritório.

Segundo o sócio fundador da Prade & Prade, seu nome foi envolvido por já ter advogado em favor de Paulo Bauer e ter sido secretário-geral do PSDB - partido do Senador. “Houve uma ilação pelo fato de eu ser advogado dele em outras oportunidade e em relação a aos valores recebidos por mim pela Hypermarcas”, contesta. A acusação é de repasse para a campanha de Bauer ao Governo.

“Eu rigorosamente cumpri com minhas obrigações contratuais. Paguei o imposto incidente sobre os honorários advocatícios e isso está tudo contabilizado”, afirma Prade, que disse ter 30 dias para apresentar à Polícia Federal o destino do dinheiro obtido nos contratos feitos com a Hypermarcas.

O Paraná Pesquisas acrescenta também que: “Para não abalar sua credibilidade em um mercado competitivo e altamente qualificado, reitera que está à disposição das autoridades para prestar qualquer esclarecimento necessário e comprovar que jamais desviou-se do caminho da integridade”.

A reportagem não conseguiu contato com a empresa Ycatu Engenharia até este momento e mantém canal aberto para o posicionamento da companhia.

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