Investigadores da Polícia Federal apuram se o presidente Michel Temer lavou dinheiro de propina por meio do pagamento de reformas em casas de familiares, além de ter ocultado bens dissimulando transações imobiliárias em nomes de terceiros. A informação foi publicada pela “Folha de S.Paulo”. Segundo a reportagem, alguns dos donos desses imóveis são Marcela Temer, mulher do presidente e o filho do casal.
Temer teria recebido, em 2014, ao menos R$ 2 milhões em propinas por meio do coronel João Baptista de Lima Filho, seu amigo. Nesse mesmo ano, diz a “Folha”, duas reformas foram feitas, em valores semelhantes, em propriedades de Maristela Temer, filha do presidente, e da sogra dele, Norma Tedeschi.
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Maria Rita Fratezi, mulher do coronel Lima, teria pago a obra na casa de Maristela Temer em dinheiro vivo. A Polícia Federal investiga a reforma foi bancada com propinas do frigorífico JBS e de uma empresa contratada pela Engevix – executivos da JBS disseram, em delação, que deram R$ 1 milhão a Temer em setembro de 2014, por meio do coronel Lima.
A divulgação do suposto pagamento, também pela “Folha”, levou o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), a defender que a oposição apresente um novo pedido de impeachment de Temer.
PF pede mais 60 dias para investigar Temer
A Polícia Federal pediu mais 60 dias para investigar o presidente Michel Temer no âmbito do inquérito dos portos, segundo a agência Estadão Conteúdo. O pedido depende de parecer da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, e do ministro relator, Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram divulgadas pela repórter Camila Bomfim, da GloboNews, e confirmadas pelo jornal “O Estado de S. Paulo”.
O inquérito, de relatoria do ministro Luís Roberto Barroso, apura se a Rodrimar, empresa que opera no Porto de Santos, foi beneficiada pelo decreto assinado pelo presidente em maio, que ampliou de 25 para 35 anos as concessões do setor, prorrogáveis por até 70 anos.
Além do presidente, são investigados Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ex-assessor de Temer e ex-deputado federal, e Antônio Celso Grecco e Ricardo Conrado Mesquita, respectivamente, dono e diretor da Rodrimar. Todos negam irregularidades.
No âmbito desta investigação, o presidente teve seu sigilo bancário quebrado por determinação do ministro Barroso.