A Polícia Federal prendeu, na manhã desta quarta-feira (13), o empresário Wesley Batista, sócio e diretor do grupo JBS. A ordem foi expedida pela Justiça Federal de São Paulo e faz parte da Operação Tendão de Aquiles. A prisão é preventiva, ou seja, sem prazo determinado.
Também foi expedido um segundo mandado de prisão contra Joesley Batista, preso desde domingo (11) por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse mandado é de prisão preventiva. Atualmente ele está em prisão temporária, que tem duração máxima de cinco dias.
Segundo os investigadores, os irmãos Batista usaram de informação privilegiada para negociar ações do grupo JBS e investir em dólar antes da delação premiada firmada por eles vir à tona, em maio deste ano.
De acordo com o comunicado da Polícia Federal, a investigação apura dois eventos. “O primeiro é a realização de ordens de venda de ações de emissão da JBS S/A na bolsa de valores, entre 24 de abril e 17 de maio, por sua controladora, a empresa FB Participações S/A e a compra dessas ações, em mercado, por parte da empresa JBS S/A, manipulando o mercado e fazendo com que seus acionistas absorvessem parte do prejuízo decorrente da baixa das ações que, de outra maneira, somente a FB Participações, uma empresa de capital fechado, teria sofrido sozinha”.
O segundo evento, conforme a PF, “é a intensa compra de contratos de derivativos de dólares entre 28 de abril e 17 de maio por parte da JBS S/A, em desacordo com a movimentação usual da empresa, gerando ganhos decorrentes da alta da moeda norte-americana após o dia 17”.
A Polícia Federal informa ainda que, após a deflagração da primeira fase da operação, com cooperação com a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), “policiais federais analisaram documentos, ouviram pessoas e realizaram perícias, trazendo aos autos elementos de prova que indicam o cometimento de crimes e apontam autoria” a Joesley e Wesley Batista.