O novo pedido de prisão de Rocha Loures feito pelo procurador Janot não foi surpresa no Palácio do Planalto, que agora teme por uma delação de um dos mais próximos colaboradores do presidente Michel Temer nos últimos anos.
O Planalto avalia que é grande a chance de prisão. Com isso, mesmo que negado pela defesa do ex-deputado, o governo acredita que Loures não resistirá à pressão de uma eventual prisão e cederá em trocar uma condenação por novos e comprometedores fatos que envolvam até mesmo o presidente.
LEIA MAIS: Procuradoria volta a pedir a prisão de Rocha Loures, ex-assessor de Temer
“Não dá para negar que há um risco iminente que ele aceite uma delação. Quem o conhece bem sabe de sua fragilidade de temperamento. E há uma questão familiar por trás, que sempre pesa no momento de decidir algo dessa natureza”, disse à Gazeta do Povo um colaborador do presidente Temer.
Essas questões pessoais que podem pesar na sua decisão envolvem a gravidez de sua esposa e a pressão de outros integrantes família.
Temer e seus aliados esperavam esse pedido de Janot tão logo Rocha Loures perdesse o foro – as provas contra ele são muito fortes e embasam o pleito do MPF. O Ministério Público evitou sua prisão em flagrante, quando foi filmado carregando uma mala com R$ 500 mil, para poder avançar na investigação. No Planalto, se acredita que o ministro Edson Fachin, relator da Lava-Jato no STF, não hesitará dessa vez em aceitar o pedido do procurador.