Após a vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco (PSOL-RJ) ter sido morta a tiros nesta quarta-feira (14), o governo anunciou ter colocado a Polícia Federal à disposição para apurar o caso. O assassinato ocorre em meio à intervenção federal no Rio de Janeiro, que completa um mês na sexta-feira (16).
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, afirmou ter conversado com o interventor federal no estado, general Walter Braga Netto. À reportagem, o ministro disse que cuidará pessoalmente do caso junto às autoridades do Rio. Ele disse ter contatado o chefe da Polícia Civil do Rio, Rivaldo Barbosa, que tomou posse do cargo na terça (13). Jungmann disse ainda que ligou para o deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) para prestar solidariedade.
A morte de Marielle, quinta vereadora mais votada nas eleições de 2016, ocorre num momento em que o governo busca melhorar sua aprovação por meio da agenda de segurança pública. Em fevereiro, o Michel Temer criou um ministério extraordinário para cuidar do tema, para o qual destacou Jungmann, que estava à frente da pasta da Defesa.
Repercussão
Partidos e políticos lamentaram o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ) na noite de quarta-feira (14) na zona norte do Rio de Janeiro.
O PSOL, partido de Marielle, exigiu em nota “apuração imediata e rigorosa” do crime e afirmou que a atuação de Marielle “como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta”.
“Estamos ao lado dos familiares, amigos, assessores e dirigentes partidários do PSOL/RJ nesse momento de dor e indignação. A atuação de Marielle como vereadora e ativista dos direitos humanos orgulha toda a militância do PSOL e será honrada na continuidade de sua luta. Exigimos apuração imediata e rigorosa desse crime hediondo. Não nos calaremos!”, diz o texto.
A vereadora e o motorista do carro em que estavam foram baleados e ambos morreram. Uma assessora que a acompanhava sobreviveu. Testemunhas dizem ter ouvido dez tiros. A morte da política de 38 anos ocorre dois dias antes de a intervenção federal na segurança pública do Rio de Janeiro completar um mês. A vereadora era contrária à medida.
O partido convocou uma manifestação em homenagem à vereadora para esta quinta-feira (15), na Câmara dos Deputados, em Brasília. Em nota, o PT afirmou que “Marielle foi executada no momento em que vinha denunciando os abusos de autoridade e a violência contra moradores das favelas e bairros pobres da cidade, por parte de integrantes de um batalhão da Polícia Militar”.
“As circunstâncias em que o crime ocorreu ainda são nebulosas, e a Bancada do PT alia-se a todas as forças democráticas que exigem neste momento uma rápida e rigorosa apuração do crime pelas autoridades da área de segurança”, diz o texto. “Militante dos direitos humanos e ardorosa defensora da igualdade social, Marielle deixa um exemplo para aqueles que lutam por um Brasil mais justo, solidário e desenvolvido.”
No Twitter, pré-candidatos à presidência da República também lamentaram o assassinato da vereadora.
“É muito grave e triste a notícia do assassinato da vereadora Marielle Franco do Psol-RJ. As autoridades precisam abrir investigações rigorosas. Minha solidariedade, nesse momento de perda e dor. Que Deus possa consolar a família, amigos e companheiros de militância”, escreveu a pré-candidata da Rede, Marina Silva.
A pré-candidata do PC do B, Manuela D’Ávila, também se manifestou pela rede social: “Chocada e triste com o assassinato da Vereadora do Psol no Rio, Marielle Franco. Apuração já! Ninguém vai calar as mulheres que lutam, Marielle. Meu abraço à família e aos companheiros e companheiras do Psol.”
Flávio Bolsonaro (PSC), deputado estadual e adversário político do Psol, também expressou condolências. Ele afirmou que a causa da morte da vereadora foi a “impunidade e a legislação penal frouxa”. “Meus sentimentos às famílias da vereadora Marielle Franco e de seu motorista. Apesar de profundas divergências políticas, sempre tive relação respeitosa com ela. A impunidade e a legislação penal frouxa seguem estimulando a violência.”
Em nota, o líder do PSDB no Senado, Paulo Bauer (SC), afirmou que o “assassinato da vereadora Marielle Franco do PSOL fere não apenas o Rio de Janeiro. Fere a democracia brasileira”. “O país todo clama por mais segurança. Minha solidariedade à família de Marielle”, diz o texto.
Outros parlamentares, como os deputados federais Paulo Teixeira (PT-SP), Erika Kokay (PT-DF), Jandira Feghali (PC do B-RJ), Chico Alencar (PSOL-RJ), Wadih Damous (PT-RJ), Jean Wyllys (PSOL-RJ) também usaram a rede social para lamentar a morte de Marielle e cobrar investigações.
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