A ofensiva do governo federal para atrair apoio à reforma da Previdência passa agora pela distribuição das verbas federais de publicidade, principalmente em rádios e TVs.
A estratégia do Palácio do Planalto para afastar as resistências à reforma é fazer com que locutores e apresentadores populares, especialmente no Nordeste, expliquem as mudanças sob um ponto de vista positivo. Os veículos de comunicação que aderirem à campanha terão direito à publicidade federal.
Com esse roteiro, o Planalto mostra que, além da concessão de cargos e emendas, a propaganda também virou moeda de troca em busca da aprovação da reforma da Previdência. O Orçamento prevê R$ 180 milhões para toda a publicidade do governo em rádio, TV, jornais e internet, sem incluir as campanhas de utilidade pública.
Os responsáveis pela indicação da mídia que receberá a verba são justamente deputados e senadores. De olho na eleição de 2018, os parlamentares sabem que, ao conseguir esses recursos, ganham espaço para aparecer. O combinado é que, com o agrado do governo, votem a favor de mudanças na aposentadoria.
O plano para conquistar emissoras de grande audiência, na tentativa de virar o jogo, foi definido pelo ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco. Nas palavras de um auxiliar do presidente Michel Temer, a tática “mata dois coelhos com uma só cajadada”. Coube ao líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), receber os pedidos dos parlamentares.