Duas horas depois de apresentar parecer favorável à abertura de ação penal contra o presidente Michel Temer no Supremo Tribunal Federal (STF), o deputado Sérgio Zveiter (PMDB-RJ) foi ameaçado de ser expulso de seu partido. A ameaça partiu de um ponta de lança da defesa de Temer na Câmara, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS). Ele é um dos vice-líderes do partido na Câmara.
“Esse relatório do senhor Zveiter é nefasto. Hoje essa casa assistiu a um dia muito triste. O deputado Zveiter não tem mais condições de pertencer ao nosso partido”, disse Marun.
O relator comentou esse tipo de ameaça e disse não ter receio. “Aprendi que quem anda com Deus não tem medo de nada. Se me expulsarem, o problema será deles”, afirmou Zveiter, que disse ainda não ter receio de qualquer represália. “Não tem como fazer represália contra mim. O meu voto já está dado e é para ser apreciado pelos meus colegas”.
O relator disse ainda que está com a consciência tranquila e que nunca foi procurado por ninguém do Palácio do Planalto. Ele disse que nada deve a esse governo. “Não tenho cargo no governo. Não sou de frequentar o Palácio e nem os ministérios. Não sou do Ministério Público também”.
O parlamentar afirmou ainda que é apresentado como alguém da ala independente do PMDB. “Se isso significa adotar práticas honestas e corretas, me sinto honrado”.
Zveiter, que tem 61 anos, está no PMDB desde março de 2016, quando deixou o PSD. Ele está em seu segundo mandato como deputado federal.
O relator contou que, após ler seu parecer, foi hostilizado por colegas do partido, como o vice-líder do governo na Câmara, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), e o deputado Mauro Pereira (PMDB-RS). Zveiter acusou Perondi de chamá-lo de “promotor” de forma irônica. “Eu falei para ele deixar de ser moleque”, explicou.
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