O Conselho de Ética do PMDB decidiu nesta quinta-feira (23) expulsar do partido a senadora Kátia Abreu (TO). O colegiado acompanhou, por unanimidade, recomendação de parecer pelo cancelamento da filiação partidária da senadora. O motivo é a postura crítica dela ao governo de Michel Temer e o fato de atuar de forma contrária às orientações do Palácio do Planalto no Senado.
A medida será acatada de imediato pelo presidente do partido, senador Romero Jucá (RR), que elogiou a decisão por meio de nota à imprensa. “A medida demonstra nova fase de posicionamento do partido”, afirmou.
Segundo informações da assessoria de imprensa, Kátia está em missão oficial no Qatar, onde se reúne nesta quinta com investidores árabes para apresentar o potencial agropecuário do Matopiba, região entre os Estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.
Antes da expulsão, o Conselho de Ética já havia suspendido a senadora das atividades partidárias temporariamente. Na época em que o processo começou a ser analisado pelo Conselho de Ética da legenda, a senadora encaminhou defesa na qual apontava “vícios processuais” no pedido de expulsão. Além disso, ela havia pedido para que fossem ouvidos 24 testemunhas, incluindo o presidente do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os ministros Leonardo Picciani (Esportes) e Gilberto Kassab (Comunicações).
Outro lado
A senadora se manifestou por meio de nota. Acompanhe na íntegra:
“A comissão de “ética” do PMDB decidiu pela minha expulsão do partido de Ulysses Guimarães e Tancredo Neves. Fui expulsa exatamente por não ter feito concessão à ética na política. Fui expulsa por defender posições que desagradam ao governo. Fui expulsa pois ousei dizer não a cargos, privilégios ou regalias do poder.
A mesma comissão de “ética” não ousou abrir processo contra membros do partido presos por corrupção e crimes contra o país. Fiquei no PMDB e não saí como queriam. Fiquei e lutei pela independência de ideias e por acreditar que um partido deve ser um espaço plural de debates. A democracia não aceita a opressão.
Hoje os membros da comissão de “ética” imprimiram na história do partido que lutou contra a ditadura a mácula do sectarismo e da falta de liberdade.
Ficarei sem partido e vou conversar com a população do Tocantins e com as lideranças políticas sérias do país antes de decidir o que será melhor para meu Estado e o Brasil
Sigo na luta política. Sigo com Ética. Sigo sem medo e firme nos meus propósitos, pois respeito minha família, respeito o povo do Tocantins e do Brasil, que ainda acreditam que esse país pode ser melhor.”
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