A Delegacia de Homicídios (DH) do Rio de Janeiro prendeu um ex-PM acusado de ser um dos ocupantes do carro em que estavam os executores da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. O policial militar reformado chama Alan de Morais Nogueira e é conhecido como Cachorro Louco. A prisão aconteceu na manhã desta terça-feira (24). As informações foram divulgadas pelo jornal O Globo.
Segundo a reportagem, a prisão de Nogueira aconteceu por casa de outro caso. Ele é suspeito de integrar a quadrilha de milicianos chefiada pelo ex-PM Orlando Oliveira de Araújo, o Orlando da Curicica, e de participar dos homicídios de um PM e um ex-PM em Guarapimirim, na baixada Fluminense, a mando de Orlando. Além dele, foi preso o ex-bombeiro Luis Cláudio Ferreira Barbosa, também suspeito de participar da quadrilha e de matar os dois PMs.
Ainda segundo a publicação, a informação sobre o envolvimento de Nogueira no crime na baixada Fluminense partiu do mesmo delator que apontou que ele estava no carro dos assassinos da vereadora. O delator prestou depoimento à polícia em maio.
Com a prisão, os investigadores do DH esperam desestruturar a quadrilha chefiada por Orlando da Curicica e elucidar o crime contra a vereadora. A polícia acredita que, de posse das informações do delator do caso, vai conseguir que Nogueira, agora preso, fale o que aconteceu na noite do crime contra a vereadora.
Delator do caso Marielle
O delator do caso Marielle não teve seu nome revelado. Ele prestou depoimento à polícia em maio. O jornal O Globo teve acesso ao depoimento. Segundo o jornal, o delator ouviu uma conversa de Orlando com o vereador Marcello Siciliano (PHS), em que o político teria dito: “Tem que ver a situação da Marielle. A mulher está me atrapalhando”.
A testemunha revelou também, segundo O Globo, que Nogueira havia participado da execução de Marielle a pedido de Orlando e que o ex-PM chegou a trabalhar no quartel da Maré, comunidade onde a vereadora nasceu e manteve suas raízes até a morte. Segundo o delator, Nogueira não agiu sozinho: ele estava com outros dois homens, no Cobalt prata usado na execução.
O delator está sob proteção desde maio.
Entenda o caso
A vereadora Marielle Franco (Psol), de 39 anos, foi morta a tiros na zona norte do Rio de Janeiro, quando seguia em um carro para sua casa na Tijuca. O motorista que estava com ela, Anderson Gomes, também foi morto na ação. O crime aconteceu em março.
Segundo a Polícia Militar, bandidos em um carro emparelharam ao lado do veículo da vereadora e dispararam. Marielle estava no banco de trás do automóvel Ágile. Os bandidos fugiram sem levar nada. A Polícia Civil recolheu pelo menos oito cápsulas no local.
Nascida e criada no Complexo da Maré, na zona norte do Rio, Marielle foi a quinta vereadora mais votada da cidade nas eleições de 2016 com 46.502 votos. Socióloga formada pela PUC-Rio e mestra em Administração Pública pela Universidade Federal Fluminense (UFF), teve dissertação de mestrado com o tema “UPP: a redução da favela a três letras”.
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