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Cerimônia de posse na Câmara dos Deputados, na manhã desta sexta-feira (1). | Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Luis Macedo/Câmara dos Deputados
Cerimônia de posse na Câmara dos Deputados, na manhã desta sexta-feira (1).| Foto: Luis Macedo/Câmara dos Deputados/Luis Macedo/Câmara dos Deputados

Em uma cerimônia marcada por caras novas e atenções voltadas à eleição da presidência e demais cargos da mesa da Casa, os deputados eleitos para o mandato de 2019-2022 foram empossados na manhã desta sexta-feira (1º), em sessão no Plenário Ulysses Guimarães. A posse marcou a maior renovação da Câmara desde a redemocratização, em números absolutos, já que 243 novos deputados federais foram eleitos para este mandato. O índice de renovação das cadeiras da Casa foi de 47,37%, segundo a Câmara.

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O partido que mais ganhou deputados foi o PSL, do presidente Jair Bolsonaro. A sigla deixou de ser nanica, com apenas oito parlamentares, e passou a ser a segunda maior da Câmara, com 52 deputados. Está somente atrás do PT, que tem 62 filiados. Mas há a expectativa que o partido de Bolsonaro receba novos integrantes durante a legislatura e ultrapasse o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Outros partidos que elegeram mais de dez novos deputados foram o PRB, com 18 novos parlamentares, seguido por PSB (16), PT (15), PSD (14), PP e PDT (12 cada) e DEM (10). Já as siglas que mais perderam espaço foram os tradicionais MDB e PSDB, que reduziram as suas bancadas em praticamente a metade. O MDB passou de 51 para 34 deputados e os tucanos de 49 para 29.

Ao todo, a Câmara passa a ter representantes de 30 partidos. O número, porém, pode diminuir, já que começou a valer as regras da cláusula de barreira e os partidos nanicos, para não perder força, estudam algumas fusões.

A cara da nova Câmara

Além das mudanças nas configurações dos partidos, a Câmara também ganha um novo perfil de deputados. A idade média da Casa reduziu de 50 para 49 anos e um em cada cinco dos 243 eleitos que nunca ocuparam uma cadeira na Casa tem até 35 anos. O número de parlamentares do sexo feminino passa de 51 para 77 e a classe militar cresce de 5 para 19 deputados. 

Como foi a cerimônia de posse

A cerimônia de posse dos deputados eleitos em 2018 começou às 10h38, com 38 minutos de atraso. A maior parte dos parlamentares chegou no Congresso a partir das 9h da manhã e seus convidados tiveram que passar por uma checagem de convite e raio-x para conseguir entrar. Muitos tentaram escapar do esquema de segurança, mas sem sucesso. Cada parlamentar teve direito a quatro convidados.

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A sessão solene de posse foi conduzida pelo deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi presidente da Câmara no biênio anterior e foi reeleito deputado, por isso pode conduzir a sessão. Maia é também candidato à reeleição a presidência da Casa e deve vencer a disputa, já que costurou apoio de partidos importantes, como o PSL.

“Eu estou preparado para ganhar a eleição, se Deus quiser, e governar a Câmara pelos próximos dois anos para modernizar o Poder Legislativo”, disse Maia a jornalistas ao chegar no Congresso. “Eu quero pedir de novo cada voto de cada deputado que tomar posse hoje”, completou.

Pelas dependências da Câmara, muitas pessoas faziam campanha para quem está concorrendo a uma das cadeiras da mesa diretora. Essas pessoas vestiam camisetas com o nome do candidato e distribuíam panfletos e adesivos. Entre os parlamentares que recorreram a esse tipo de propaganda, estão Maia, candidato à presidência, Fernando Giacobo (PR-PR), que disputa o cargo de primeiro-secretário, e Fábio Faria (PSD-RN), de terceiro-secretário.

Na sessão de posse, Maia fez a leitura do compromisso solene dos parlamentares. “Prometo manter, defender e cumprir a Constituição, observar as leis, promover o bem geral do povo brasileiro e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.

Depois, o nome de cada parlamentar eleito foi lido em voz alta pelos membros da mesa e, um a um, foram chamados para ir até um dos microfones do plenário e fazer o juramento: “Assim Prometo”.

Vaias para Gleisi e Maria do Rosário

Os nomes da ex-senadora e agora deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) e da deputada federal reeleita Maria do Rosário (PT-RS) foram os mais vaiados quando foram lidos na sessão de posse. As vaias foram possíveis de serem ouvidas do salão verde, na divisão para entrada na área do Senado.

Antes, na abertura da sessão, Maia pediu um minuto de silêncio em homenagem ao deputado estadual Wagner Montes (PDT-RJ), que morreu no último dia 26 de janeiro.

Bastidores

O acesso ao Congresso só era permitido com convite ou para servidores e jornalistas cadastrados a participar da posse. Os convidados dos deputados tiveram de acompanhar a cerimônia do Salão Negro e do auditório Nereu Ramos. No Plenário, somente deputados federais eleitos, senadores, chefes de Poderes, chefes de Estado, autoridades do primeiro escalão dos Três Poderes e imprensa credencial.

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Muitos parlamentares trouxeram esposas e filhos, mas há também quem chegou sozinho, acompanhando somente de colegas da casa, como Fábio Faria e Túlio Gadelha (PDT-PE). 

Entre as autoridades presentes, estavam o ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG), o chanceler Ernesto Araújo. O ministro-chefe da Secretaria de Governo, Carlos Alberto dos Santos Cruz, chegou a entrar no Congresso, mas por volta das 10h saiu apressado em direção ao Palácio do Planalto falando ao telefone.

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