Titular da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara há sete anos, o deputado Jorginho Mello (PR-SC) foi comunicado pelo líder de seu partido, José Rocha (BA), que será substituído no colegiado pelo Delegado Edson Moreira (MG). A razão: Mello é a favor de que a denúncia contra Temer prospere no Supremo Tribunal Federal (STF). É a segunda vez que ele é excluído da CCJ. Na primeira denúncia oferecida pelo ex-procurador Rodrigo Janot, Mello também foi trocado e voltou a ser titular somente depois que a comissão livrou Temer.
LEIA MAIS: Denunciado, Temer reabre “balcão de negócios” e recebe 44 deputados num dia
Essa é uma ofensiva de Temer e seu grupo para mudar as peças da CCJ e garantir os votos que aprovem um relatório a favor do presidente. Jorginho Mello contou que, na verdade, é a terceira vez que é trocado na CCJ. A primeira foi quando a comissão julgou um recurso do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha. O deputado comentou esse “entra e sai” da CCJ, imposto pela liderança de seu partido.
“É o preço que tem que se pagar”, disse Jorginho Mello à Gazeta do Povo.
O deputado ironizou ter sido trocado por um deputado que é delegado.
“Se estão colocando um delegado lá no meu lugar, é porque a coisa tá feia.”
José Rocha, antes de tomar esse tipo de decisão, se reúne sempre com Waldemar Costa Neto, ex-presidente do partido e que foi condenado no mensalão a sete anos e dez meses de prisão. Ele já teve a pena perdoada pelo STF e hoje comanda o partido de uma sala no centro de Brasília. Costa Neto não comparece ao Congresso Nacional.