O premiê israelense, Benjamin Netanyahu, chamou o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, de amigo durante encontro nesta sexta-feira (28) no Rio de Janeiro. Bolsonaro, por sua vez, disse que Netanyahu é um “exemplo para todo cidadão de bem”.
Os dois participaram juntos de duas agendas no Rio: primeiro, uma reunião no Forte de Copacabana, zona sul do Rio, e depois, um evento em uma sinagoga no mesmo bairro. Em todos os discursos, reforçaram desejos de aproximação entre os dois países.
“Israel é a Terra Prometida, e o Brasil é a terra da promessa, do futuro”, disse Netanyahu, em seu pronunciamento após a reunião. Ele é o primeiro premiê de Israel em exercício a visitar o Brasil desde a fundação do Estado judaico, em 1948.
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Veio ao país para a posse de Bolsonaro, que vem flertando com Israel desde a campanha, quando prometeu seguir os Estados Unidos e mudar a embaixada brasileira naquele país de Tel Aviv para Jerusalém, cidade disputada entre israelenses e palestinos.
Nesta sexta, Bolsonaro afirmou a Netanyahu que o Brasil sob seu governo pretende ser, mais do que um parceiro, um irmão de Israel. O presidente eleito planeja retribuir a visita de Netanyahu nos primeiros meses de governo.
“Pretendo até março, se Deus quiser, visitar Israel, onde iremos com uma comitiva com vários setores da sociedade, da questão tecnológica, da agricultura, segurança, forças armadas, para que o mais rápido possível passemos a colocar em prática essa política de grande parceria”, disse.
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“O que for acertado entre nós será muito bom para brasileiros e para israelenses e para grande parte do mundo, porque estamos demonstrando que essas parcerias trazem bem-estar para os seus povos. E queremos que mais gente faça parceria com Israel bem como conosco também”, prosseguiu.
Bolsonaro deu a Netanyahu uma gravata e uma medalha em uma faixa azul. “Muitas coisas já foram ditas sobre mim, muitas coisas já foram jogadas sobre mim, mas eu nunca recebi uma medalha assim”, brincou o primeiro-ministro. “É informal mas é do coração”, disse Bolsonaro.
Estiveram presentes à reunião, do lado brasileiro, o ministro de Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e Fernando Azevedo e Silva, da Defesa. Também participou do encontro o ministro da Economia, Paulo Guedes.
Após a reunião, as duas comitivas seguiram juntas para a sinagoga. Lá, Bolsonaro disse que Netanyahu é um “exemplo de patriotismo”. “Um capitão como eu, mas com história. Uma história que serve de exemplo para todo cidadão de bem”, completou.
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Segundo ele, Israel deve ser vista como exemplo para os brasileiros. “Olhem para o que eles não têm e vejam o que eles são. Agora olhem para o Brasil. Vejam o que nós temos e o que nós não somos”.
Agenda
Sob forte esquema de segurança, Netanyahu desembarcou no Rio por volta das 11h15 e foi recebido pelo prefeito Marcelo Crivella. Deixou a base aérea do Galeão escoltado pela Polícia Federal e batedores do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Rio por volta de 12h.
O hotel em que ele se hospeda foi cercado por grades para restringir o acesso a hóspedes e pessoas autorizadas. Por volta das 14h, a comitiva com 13 veículos, incluindo uma ambulância do Corpo de Bombeiros, chegou ao Forte de Copacabana para a reunião. Bolsonaro já estava no local.
Os dois não deram declarações à imprensa. A reunião desta sexta foi acompanhada apenas por alguns jornalistas estrangeiros. A maioria dos jornalistas brasileiros ficou de fora da lista de autorizados a entrar.
Neste sábado (29), Netanyahu não terá agenda pública. No domingo (30), tem encontros com lideranças da comunidade judaica e de cristãos no Rio. Ele viaja a Brasília na terça (1º) para a posse de Bolsonaro.
A visita ocorre em meio a um conturbado momento político em Israel, que culminou com a dissolução do Parlamento daquele país e a antecipação das eleições gerais de novembro para abril de 2019. Com a medida, Netanyahu se mantém no poder, mas não pode tomar decisões que precisem de aprovação parlamentar.
No cargo há uma década, o premiê é alvo de quatro investigações sobre corrupção. A procuradoria-geral precisará aguardar as eleições antes de se pronunciar sobre as investigações.
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