Presença frequente nos atos de apoio ao ex-presidente Lula, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) tem faltado às sessões plenárias do Senado pouco mais do que a média de seus colegas senadores. Presidente do PT, Gleisi esteve presente em 85% das sessões do Senado desde 2015, segundo levantamento do Ranking dos Políticos. A média entre os parlamentares é de 90% de presença.
Gleisi participou de 296 sessões de votação no Senado, desde o início do ano legislativo até o último dia 12, de um total de 348 sessões. Segundo o Ranking, seis faltas da senadora nesse período não foram justificadas e outras 46 ausências foram explicadas.
“Acreditamos que o mínimo que o parlamentar tem de fazer é aparecer no trabalho como qualquer trabalhador comum. Eles já têm muitos privilégios e recessos, e o mínimo que a população espera é que eles compareçam ao trabalho e respeitem os eleitores”, afirma Renato Dias, diretor-executivo do Ranking dos Políticos.
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Gabinete da senadora alega que Gleisi faltou um único dia
O gabinete da senadora informou à reportagem que, de 2015 até o dia 12 de abril de 2018, a senadora faltou um único dia, no qual aconteceram seis votações nominais.
O Senado compila as presenças e faltas dos senadores somente em sessões plenárias, que geralmente ocorrerem de terça a quinta-feira. Nas segundas e sextas-feiras, os parlamentares estão liberados de registrar presença no Senado, para poderem viajar a seus estados. “Eles já têm muito espaço para viajar”, avalia Dias.
A informação sobre a assiduidade dos senadores não é facilmente encontrada no site do Senado e nas ferramentas de transparência da Casa. Para calcular quando um parlamentar esteve presente nas sessões, é preciso compilar os dados um a um, manualmente, a partir de um documento fechado (PDF).
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Ranking dos Políticos também avalia desempenho dos parlamentares. Como se sai Gleisi?
O Ranking dos Políticos também acompanha a atuação dos parlamentares quanto aos projetos que apresentam e posições que defendem. A posição geral da senadora Gleisi no ranking é 509.ª, entre os 594 parlamentares (deputados e senadores) avaliados.
O Ranking dos Políticos, contudo, deixa claro em seu site que seus critérios não são absolutamente “neutros”. Os administradores do Ranking defendem a livre iniciativa, a propriedade privada, o regime de mercado, a eficiência dos serviços públicos, a redução do desperdício, a liberdade de informação, os direitos humanos e o combate à corrupção e aos privilégios.
“A assiduidade não é um critério que pesa tanto no ranking, mas tem algum peso. Esse também não deve ser o único critério de avaliação. Um parlamentar pode não gastar nada e não faltar, mas também não fazer nada. Isso não deve ser visto isoladamente”, explica Dias.
Uma das ferramentas apresentadas pelo Ranking é a avaliação do parlamentar. A senadora tem 1,5 estrela de um total de 5. Sua atuação parlamentar é considerada “péssima” por 90% dos internautas que acessaram a página dela no Ranking registraram sua opinião (no total de 424 avaliações).
O representante do Ranking destaca que esses dados e opiniões não são considerados na nota final dos parlamentares. Foram deixados 119 comentários sobre a senadora, sem moderação.
Gleisi gastou menos que a média dos senadores
Quanto à sua cota de gabinete (recurso recebido pelos senadores para arcar com despesas de sua estrutura de apoio parlamentar), Gleisi gastou R$ 1,14 milhão no período analisado – o que, segundo o Ranking dos Políticos, está abaixo da média de gastos dos demais senadores.
Desse total, os gastos mais altos dela foram R$ 272,2 mil com contratação de consultorias; R$ 214 mil com aluguel de imóvel para escritório político; e R$ 147,9 mil com locomoção, hospedagem, alimentação, combustíveis e lubrificantes.
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