O presidente da Agência de Promoção de Exportações do Brasil (Apex), Alecxandro Carreiro, negou que tenha pedido demissão do cargo e afirmou que continuará trabalhando normalmente até que a sua exoneração seja confirmada pelo presidente, Jair Bolsonaro, e publicada no Diário Oficial da União. Ele deu expediente normalmente nesta quinta-feira (10) na agência, contradizendo o seu chefe direto, o chanceler Ernesto Araújo, que anunciou a demissão de Carreiro via Twitter, na quarta-feira (9) à noite.
“O Sr. Alex Carreiro pediu-me o encerramento de suas funções como Presidente da APEX. Agradeço sua importante contribuição na transição e no início do governo. Levei ao PR (presidente da República) Bolsonaro o nome do embaixador Mario Vilalva, com ampla experiência em promoção de exportações, para Pres. da APEX”, escreveu o chanceler.
Nesta quinta-feira, segundo o Estadão, Carreiro procurou deputados do PSL e interlocutores no Palácio do Planalto para explicar que ele não pediu demissão e que foi forçado a deixar o cargo. Ele também trabalhou normalmente e afirmou, a aliados, que só deixará a presidência da Apex quando o presidente Bolsonaro assim decidir e publicar a exoneração no Diário Oficial.
Bolsonaro não foi avisado da ‘demissão’ de Carreiro
De acordo com relatos feitos à Folha de São Paulo por pessoas próximas ao assunto, o chanceler Araújo anunciou a demissão de Carreiro pelas redes sociais antes de ter consultado Bolsonaro sobre o tema. Apesar de o chanceler ser chefe direito do presidente da Apex, Bolsonaro é quem tem o poder de nomear ou exonerar as indicações para o comando da agência.
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Segundo pessoas próximas, Araújo, na quarta-feira, enviou uma mensagem para Carreiro comunicando que divulgaria sua saída, e que adotaria uma versão pública que se tratava de uma demissão a pedido. Carreiro, porém, afirmou que não concordava com a decisão e que nem aceitaria a versão de que havia pedido demissão. Tudo isso teria sido conversado via WhatsApp.
Carreiro é próximo da família Bolsonaro
O episódio irritou aliados de Bolsonaro, que viram no gesto de Araújo uma sobreposição à vontade do próprio presidente da República. O nome de Carreiro para presidente da Apex foi uma indicação conjunta, feita por deputados do PSL e endossada por um de seus filhos, o senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
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A demissão ainda não formalizada e aliados dizem que Carreiro pode procurar o próprio Bolsonaro para tentar reverter sua saída. Procurados pela reportagem, ele e Araújo não responderam a um pedido de esclarecimento.
Carreiro teria sido demitido pela sua falta de experiência para o cargo
Um dos possíveis motivos para Ernesto Araújo querer Carreiro fora da presidência da Apex é o fato dele ter pouca experiência para o cargo. Ele não tem inglês avançado ou fluente, apesar de a agência ser responsável pela promoção das exportações, investimentos e pela internacionalização de empresas brasileiras. Normalmente, a presidência da Apex é comandada por embaixadores ou diplomatas.
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