A Polícia Federal prendeu na manhã desta terça-feira (19) o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Braga de Andrade. Ele é um dos alvos de mandados de prisão temporária cumpridos pela Operação Fantoche, que investiga crimes contra a administração pública, fraudes licitatórias, associação criminosa e lavagem de ativos. As suspeitas recaem sobre contratos formados com entidades do Sistema S e do Ministério do Turismo.
Andrade é presidente da CNI desde 2010 e, reeleito em maio do ano passado, tem mandato até 2022.
Ao todo, são cumpridos 40 mandados de busca e apreensão e dez de prisão temporária, nos estados de Pernambuco, Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e Alagoas.
Segundo informações da PF, um grupo de empresas, sob o controle de um mesmo núcleo familiar, atuava desde 2002 executando contratos firmados por meio de convênios com o Ministério do Turismo e entidades do Sistema S. Estima-se que o grupo já tenha recebido mais de R$ 400 milhões decorrentes desses contratos.
As investigações apontaram que o grupo utilizava entidades de direito privado, sem fins lucrativos, para justificar a celebração de contratos e convênios diretos com o ministério e unidades do Sistema S. Os contratos eram, em sua maioria, voltados à execução de eventos culturais e de publicidade superfaturados e com execução parcial, sendo os recursos posteriormente desviados em favor do núcleo empresarial por intermédio de empresas de fachada.
A ação conta, ao todo, com a participação de 213 policiais federais e oito auditores do Tribunal de Contas da União (TCU). As medidas foram determinadas pela 4ª Vara Federal da Seção Judiciária de Pernambuco, que também autorizou o sequestro e o bloqueio de bens e valores dos investigados.
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