O presidente da Vale, Fabio Schvartsman, deve deixar o comando da mineradora, na esteira da tragédia que deixou mais de 300 vítimas, entre mortos e desaparecidos, após o rompimento de uma de suas barragens em Brumadinho (MG) em janeiro.
A expectativa é que o executivo divulgue uma carta ainda neste sábado (2) comunicando seu afastamento da companhia.
A decisão segue uma recomendação do Ministério Público Federal e da Polícia Federal desta sexta-feira (1º). O pedido de afastamento de Schvartsman e de outros quatro diretores da Vale foi antecipado pelo Painel, da Folha de S.Paulo.
O documento, assinado por integrantes do Ministério Público Federal, do Ministério Público de Minas Gerais, e da Polícia Federal, pedia ainda que a direção da empresa recomendasse aos empregados não compartilhar assuntos de “teor estritamente profissional” com essas pessoas.
Responsabilidade
Conforme antecipou a coluna Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, um dos gerentes da Vale que afirmou às autoridades que diretores da empresa sabiam dos riscos da barragem de Brumadinho foi questionado se eles tinham conhecimento de que o fator de segurança dela era de 1,09. E que ele seria inferior ao recomendado por alguns especialistas, que colocavam como ideal um fator de segurança 1,3.
O gerente, Alexandre Campanha, respondeu que poderia afirmar com certeza e convicção que os dados de avaliação de risco e a probabilidade de ruptura, não apenas de Brumadinho, mas de outras barragens do chamado corredor sul e sudeste, eram de conhecimento dos diretores Silmar Silva e Lúcio Cavalli.
Na semana passada, a agência de classificação Moody’s cortou o rating global atribuído à mineradora Vale de “Baa3” para “Ba1”, com perspectiva negativa, e retirou o grau de investimento da companhia.
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