O presidente Michel Temer colocou uma sonda para ajudá-lo a urinar, que deverá ser utilizada nas próximas duas ou três semanas.
Ele deverá ter alta nesta sexta-feira (15), antes do horário do almoço, e poderá cumprir um “agenda normal” após dois dias de internação no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, segundo o cardiologista Roberto Kalil Filho, que o atendeu.
A cirurgia para desobstrução da uretra pela qual Temer passou na última quarta-feira (13) pode atrapalhar uma viagem para a Ásia, prevista para janeiro.
Isso se o presidente seguir a recomendação médica para “adiar um pouquinho” o giro asiático, já que um voo tão longo pode ser desconfortável para pacientes em sua condição, disse Kalil em entrevista à imprensa nesta quinta-feira (14).
A cirurgia foi realizada com a aplicação de anestesia geral. Os médicos testarão duas possibilidades de sonda: uma com uma bolsa coletora acoplada à sua perna, para o jato urinário fluir livremente e, “caso ele não se acostume”, uma sonda que pode ser destampada quando o peemedebista sentir vontade de ir ao banheiro, opção “um pouco mais cômoda”, afirmou o urologista Miguel Srougi.
Há cerca de 15 dias, Temer detectou incômodo no “jato urinário”.
O procedimento para contornar o problema foi considerado bem sucedido, mas “há sempre o risco” de voltar, de acordo com Srougi.
Temer é um homem “extremamente saudável”, segundo Kalil.
Aos 77 anos, o mais velho presidente da história do Brasil sofreu três intervenções médicas nos últimos meses, para conter um sangramento na próstata, pôr um stent e, agora, desobstruir a uretra.
Nesta quinta-feira, Temer recebeu a visita do presidente da Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Paulo Skaf.
“Ele está com a cara ótima, tranquilo. Achei ele muito bem”, disse Skaf, pré-candidato ao governo paulista pelo PMDB. “Falamos sobre a importância de se aprovar a reforma da Previdência em fevereiro, e senti ele muito animado”, declarou.
Previdência
O vaivém hospitalar fez o presidente suspender a reunião que faria nesta quinta-feira (14) para definir a data da votação da reforma previdenciária.
Com a permanência em São Paulo, Temer pretende realizar a reunião com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), na sexta-feira (15) ou na segunda-feira (18).
Ela vai depender, contudo, da mudança da agenda de Eunício, que deve retornar nesta quinta-feira para o Ceará e programava viagem ao exterior em seguida.
A ideia ainda é que, após o encontro, o peemedebista faça um pronunciamento no Palácio do Planalto para anunciar o adiamento da votação da reforma da Previdência para fevereiro, estabelecendo uma data no ano que vem.
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