A grande expectativa da quarta semana de transição do governo de Jair Bolsonaro é para se conhecer a composição final da Esplanada dos Ministérios. Com 13 ministros já confirmados, o presidente eleito pretende escolher até sexta os demais nomes do seu primeiro escalão.
“Falta a gente conversar melhor com aqueles que nós pretendemos colocar nesses ministérios. Todos os ministérios são importantes. Tem que ser muito bem discutido. A gente não pretende anunciar um nome e lá na frente trocar”, afirmou nesse domingo (24), no Rio de Janeiro.
Mas um encontro em especial também é muito esperado: a visita do conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, John Bolton.
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Bolsonaro chega a Brasília na manhã de terça (27) e seguirá, conforme previsto até o momento, direto para o Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), onde funciona o gabinete da transição desde o início de novembro.
A agenda não está detalhada. Fala apenas em “despachos internos” e “atendimento de autoridades” para terça. Também não foram divulgados os compromissos dos demais dias, que costumam ser confirmados somente na noite anterior.
Bolsonaro tem permanecido na capital federal de terça a quinta, com exceção da semana passada, quando viajou somente na sexta (22) pela manhã. Isso porque, na noite anterior, compareceu ao casamento de um de seu mais próximos aliados, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.
Ele tem preferido se hospedar em seu apartamento funcional, como deputado federal, na Asa Norte. Mas semana passada, por preferência de sua esposa, Michelle Bolsonaro, ficou na residência oficial da Granja do Torto, a cerca de 15 minutos do CCBB. Esse detalhe também só se torna conhecido quando o presidente eleito já está a caminho do local.
Os demais integrantes da equipe de transição, incluindo os ministros já confirmados, têm agendas internas no CCBB. O time mais próximo a Bolsonaro, como Lorenzoni, Sergio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia) tem agendas frequentes com o presidente.
Esplanada completa
Jair Bolsonaro venceu a eleição com um discurso de redução da máquina pública e necessidade de revisão de cargos. Lorenzoni, seu futuro ministro da Casa Civil, o “ministério dos ministérios”, responsável pela coordenação dos trabalhos de todas as demais pastas, avisou que vai diminuir esses chamados “cargos comissionados” dos atuais cerca de 23 mil para não mais que 3 mil.
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Nessa empreitada, a ideia inicial era ter não mais que 15 ministérios. Depois de eleito, Bolsonaro já falou em 16, depois em 17. Semana passada, Lorenzoni disse que podem ser até 20.
Nesse contexto, ainda falta definir o que será feito, por exemplo, com áreas vitais à estrutura do governo e outras consideradas menos importantes pela equipe bolsonarista.
Esporte, por exemplo. Ainda não se decidiu se a pasta seguirá autônoma ou se será fundida com outra. O mesmo vale para Cultura e Turismo. Já o polêmico Meio Ambiente está carente, após toda a discussão suscitada na primeira semana da transição, de uma indicação. Há nomes em jogo, como do agrônomo Xico Graziano, ex-PSDB, mas ainda nenhum martelo batido.
Outros pontos mais sensíveis, contudo, como Minas e Energia, Infraestrutura - que hoje se chama Transporte e poderia incorporar as Comunicações -, e ainda a Integração Nacional, que viria a juntar parte das atribuições de Cidades. Fala-se ainda numa futura pasta Cidadania, atualmente denominada Desenvolvimento Social, que cuidaria de questões de direitos humanos, mulheres e minorias.
Aproximação com os EUA
Semana passada, por meio de suas redes sociais, o presidente eleito confirmou a visita de John Bolton, conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos ao Brasil.
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“Feliz de receber a visita do Conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Sr. @AmbJohnBolton, na próxima semana. Certamente teremos uma conversa produtiva e positiva em prol de nossas nações. Bom dia a todos!”, escreveu em sua página no Twitter.
O encontro já havia sido divulgado pela Casa Branca, que anunciou a visita para 29 de novembro, na próxima quinta-feira, informação também não confirmada pela equipe de Jair Bolsonaro.
A aproximação com os Estados Unidos é uma das bandeiras de Bolsonaro, que recebeu uma ligação do presidente americano, Donald Trump, após confirmado o resultado da eleição, em 28 de outubro.
“Acabei de receber ligação de alguns líderes. Entre eles, o presidente dos Estados Unidos acabou de ligar, nos desejou boa sorte, e obviamente foi um contato bastante amigável”, disse Bolsonaro em uma transmissão ao vivo feito por suas redes sociais.