Um dos tópicos do projeto anticrime apresentado pelo ministro Sergio Moro, e que será encaminhado nesta terça-feira (19) ao Congresso Nacional, é inspirado em uma investigação realizada em Curitiba, cidade onde o ministro atuou como juiz da operação Lava Jato antes de ser indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo. Trata-se do caso de Eder Conde, conhecido como “Fernandinho Beira-Mar do Paraná”, um traficante de drogas preso diversas vezes pela polícia.
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Moro falou sobre o traficante ao explicar as alterações propostas na lei que regulamenta o uso de escutas ambientais em investigações. “A escuta ambiental já é feita no Brasil. Tem um caso muito interessante em Curitiba, em que a Polícia Federal, com autorização judicial, colocou um dispositivo de escuta no carro que era utilizado por um grande líder de tráfico de drogas e com a captação ambiental daquelas conversas, o indivíduo era chamado Eder Conde. Com as escutas ali realizadas se produziu uma prova categórica de que aquele indivíduo estava envolvido em grandes carregamentos de drogas e foi condenado por causa disso”, disse o ministro.
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Eder foi preso pela Polícia Federal em 2010, na Operação Ressaca. Ele foi apontado como o maior distribuidor de cocaína no Paraná - por isso ganhou o apelido. O lucro de Eder, na época, era de R$ 6 milhões por ano. Segundo a PF, a quadrilha liderada por ele movimentava cerca de 100 quilos de droga a cada três meses.
Outras prisões
Éder Conde foi preso pela primeira vez em 2000, acusado de homicídio, mas foi liberado por falta de provas. Em 2002, foi preso novamente, desta vez acusado de assassinar Eva Antônia Silveira, a “Evinha do Pó”, conhecida por dominar o tráfico de cocaína em Curitiba na época.
Em 2005, Eder foi preso na Operação Tentáculos, que investigava a morte do major da Polícia Militar, Pedro Plocharski - comandante interino do 13.º Batalhão da PM que investigava uma milícia, formada por traficantes, advogados e policiais corruptos.
Depois de ser preso pela PF, o traficante saiu da cadeia apenas em 2015, mas foi preso logo em seguida pelo Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco). Ele usava policiais como segurança.
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