O promotor Cláudio Calo decidiu nesta terça-feira (5) se declarar suspeito para conduzir a investigação sobre as movimentações bancárias atípicas do policial militar aposentado Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). Em seu posicionamento, Calo afirma que se reuniu com o senador após a eleição para discutir propostas de projeto de lei de combate à corrupção.
De acordo com ele, o encontro ocorreu no dia 30 de novembro, antes da divulgação do relatório do Conselho de Controle da Atividade Financeira (Coaf) que apontou a movimentação atípica na conta de Queiroz.
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Em sua conta no Twitter, o promotor compartilhou dois posts de Flávio anunciando entrevistas na TV antes do caso Queiroz. Também replicou mensagem do vereador Carlos Bolsonaro (PSC) em que compara gastos da viagem do presidente Jair Bolsonaro a Davos com os feitos por Dilma Rousseff ao mesmo destino.
O procedimento foi encaminhado a Calo porque a 24ª Promotoria de Investigação Penal, a qual é vinculado, é a responsável por investigar crimes contra a administração pública e lavagem de dinheiro. Ele seguirá responsável pelos procedimentos de outros dez ex-deputados estaduais.
A manifestação de suspeição foi entregue ao promotor Marcelo Muniz, da Central de Inquéritos. A indicação de Calo chegou a causar um mal estar entre membros do Ministério Público, que julgavam haver um claro conflito de interesses caso ele investigasse as denúncias. Agora, um novo promotor deve ser designado nos próximos dias.
Entenda o caso
O Ministério Público investiga desde julho Queiroz, que movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017. No período, ele realizou, em média, um saque de altos valores a cada dois dias. A suspeita da Promotoria é que o PM aposentado seja responsável por recolher parte dos salários de funcionários do gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro para finalidade ainda incerta.
Ainda de acordo com o Coaf, Flávio Bolsonaro recebeu 48 depósitos suspeitos em 1 mês, totalizando R$ 96 mil. Os depósitos foram realizados em espécie e foram realizados entre junho e julho de 2017.
O senador nega que tenha cometido irregularidades e diz que é alvo de uma perseguição. Queiroz afirmou em entrevistas que vai explicar a movimentação às autoridades, mas até agora não compareceu ao Ministério Público. A defesa dele solicitou que o depoimento seja dado por escrito.
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