Deputado paranaense Diego Garcia (PHS) votou pelo afastamento de Dilma : agora é autor de um dos 11 pedidos de impeachment de Temer.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Em 24 horas, desde o surgimento da denúncia contra o presidente Michel Temer, o setor de protocolo da Câmara dos Deputados já recebeu oito pedidos de abertura de processo de impeachment contra o peemedebista. Se contabilizar outros três que estão acumulados desde o ano passado – que tem como motivação a pressão do ex-ministro Geddel Vieira Lima para o Iphan liberar um empreendimento onde seria beneficiado na Bahia – há 11 desses pedidos no setor de protocolos. Todos “em andamento”. E todos acusam Temer de cometer crime de responsabilidade.

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Entre os autores desses pedidos há três deputados federais que votaram a favor do impeachment de Dilma Rousseff, em abril do ano passado. Cada um deles entrou com um pedido. Diego Garcia (PHS-PR) é um desses parlamentares. No seu voto, disse que afastava Dilma pelo “resgate da moralidade”, e também da família.

“Fui eleito por paranaenses que acreditam no resgate da moralidade na política. Pela minha família, minha minha filha, minha esposa. E pelo povo da minha terra. Terra da Lava Jato, avante! Sim ao impeachment” - discursou Garcia à época.

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João Gualberto (PSDB-BA), outro que votou pelo afastamento da petista e agora quer o afastamento de Temer, apostava suas fichas no governo do peemedebista. No seu voto no impeachment, pediu que o próximo presidente governasse para o país e não para seu partido.

“Com a convicção de que o governo de Dilma, corrupto e mentiroso, cometeu crime de responsabilidade fiscal e sonhando com um governo sem corrupção e pedindo que esse próximo presidente governe para o país e não para seu partido”, disse Gualberto, que ainda elogiou o juiz Sergio Moro no voto.

O deputado JHC (João Henrique Caldas), do PSB de Alagoas, é também autor de pedido de impeachment de Temer e que votou “sim” pelo afastamento de Dilma. Disse no dia da votação que a petista, no cargo, fez tudo que ao contrário do que prometeu na campanha.

“Dilma ofereceu aos brasileiros argumentos falaciosos e o preço por isso está sendo cobrado. Apesar da campanha eleitoral, o governo fez diferente de tudo que prometeu na campanha, cometendo, assim, um estelionato eleitoral. Como parlamentar, não poderia virar as costas para opinião pública, sobretudo, neste momento. O deputado JHC de forma tranquila e consciente vota pelo impeachment”, discursou ele naquele histórico 17 de abril de 2016.

Rápido no gatilho

O pedido mais alardeado foi o de iniciativa de cinco partidos da oposição, apresentado na tarde desta quinta-feira (18). Deputados e senadores dessas legendas fizeram um ato no Salão Verde da Câmara. Mas os signatários do pedido são seis advogados, militantes de ONGs e representantes de movimentos sociais, caso de Alexandre Conceição, um dos coordenadores do Movimento de Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

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O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) foi o mais rápido no gatilho e na noite da própria quarta-feira (17), minutos depois do surgimento da denúncia, apresentou o primeiro pedido, com oito páginas. Praticamente, reproduzia o texto da reportagem do jornal O Globo sobre o grampo de Joesley Batista em autoridades do primeiro escalão da política nacional.