O PSDB começou a desembarcar do governo de Michel Temer e se mobilizou para substituir o senador Aécio Neves, presidente do partido. O ministro das Cidades, Bruno Araújo, decidiu deixar o governo após conversa com outros tucanos. O ministro Aloysio Nunes, das Relações Exteriores, também defendeu a entrega dos cargos que o partido tem no governo.
Eles e os outros ministros já elaboraram suas cartas de demissão, para entregar ao presidente Temer, após a divulgação dos áudios. O partido só deve oficializar a saída do governo quando forem divulgados os áudios e fotos da investigação.
Nesta quinta-feira (18), sete deputados do PSDB assinaram um novo pedido de impeachment contra Temer – é o quarto pedido em menos de 20 horas. A ação foi articulada pelo deputado João Gualberto (PSDB-BA).
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O PSDB comanda atualmente quatro ministérios do governo Temer: A Secretaria de Governo, com o deputado licenciado Antonio Imbassahy (BA); Cidades, com o deputado licenciado Bruno Araújo; Relações Exteriores, com o senador licenciado Aloysio Nunes (SP); e Direitos Humanos, com Luislinda Valois.nos quais Temer foi flagrado dando suporte ao pagamento de propina ao ex-deputado Eduardo Cunha.
O ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso defendeu, em nota divulgada no Facebook, que seja dada publicidade às gravações e ao fundamento das acusações contra o senador Aécio Neves e disse que o país tem pressa com as investigações. “A solução para a grave crise atual deve dar-se no absoluto respeito à Constituição”, escreveu o ex-presidente.
O tucano afirmou que é preciso ter “evidências” e que os implicados devem ter o dever moral de facilitar a solução, mesmo que com gestos de renúncia. “Se as alegações de defesa não forem convincentes, e não basta argumentar, são necessárias evidências, os implicados terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia. O país tem pressa. Não para salvar alguém ou estancar investigações. Pressa para ver na pratica medidas econômico-sociais que deem segurança, emprego e tranquilidade aos brasileiros. E pressa, sobretudo, para restabelecer a moralidade nas instituições e na conduta dos homens públicos.”
Bancadas
As bancadas do PSDB na Câmara e no Senado se reuniram nesta quinta-feira e deputados e senadores aguardam um gesto do presidente da legenda, o senador Aécio Neves (MG), que se licencie do comando dos tucanos. O líder do partido na Câmara, Ricardo Trípoli (SP), negou que o partido esteja “abandonando” Aécio e afirmou que o PSDB vai esperar o surgimento das “provas” das acusações que recaem contra o presidente Michel Temer.
“O momento é delicado, mas vamos esperar a quebra dos sigilos para ter comprovação com fotografias, áudios e a materialidade dos fatos, se de fato ocorreram. Se corroborarem, a bancada irá solicitar aos ministros que saiam do governo”, disse Tripoli.
Sobre Aécio, o líder afirmou que, com o seu provável afastamento o partido irá escolher o deputado Carlos Sampaio (SP) para substituí-lo. Ele é um dos vices da legenda.
O PPS, que é da base e tem ministros no governo, também anunciou que, se comprovadas as denúncias, não há mais como o partido continuar na base e defende novas eleições. O líder do partido na Câmara, Arnaldo Jordy (PA), disse que a saída de seus ministros ainda será discutida pela Executiva do partido.
Parlamentares da oposição, reunidos nesta manhã, anunciaram que protocolariam um novo pedido de impeachment de Temer às 17 horas desta quinta. Eles irão argumentar quatro pontos, entre os quais o de que Temer tentou obstruir a Justiça ao tentar comprar o silêncio de Eduardo Cunha.
“Esperamos que o presidente da Câmara (Rodrigo Maia) acate a admissibilidade do nosso pedido. Se pedaladas fiscais valeram, e era um argumento frágil e indevido, o que dizer do que está ocorrendo agora?” - disse Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA), que é o redator do pedido.
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