O PSOL prepara uma representação ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) contra a desembargadora Marilia Castro Neves, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por causa de declarações sobre a vereadora Marielle Franco, executada nesta semana no Rio. Em uma postagem em suas redes sociais, a desembargadora afirmou que a vereadora era “engajada com bandidos” e por isso foi assassinada.
Em nota, o partido afirmou que o texto está sendo preparado e deve ser protocolado já no início da semana. Depois de receber críticas, a desembargadora apagou o post. A mensagem dizia que Marielle foi eleita pelo Comando Vermelho e teria descumprido compromissos assumidos com a facção.
Leia também: Marielle denunciou abusos envolvendo o batalhão da PM que mais mata no Rio
“Ela, mais do que qualquer pessoa ‘longe da favela’ sabe como são cobradas as dívidas pelos grupos entre os quais ela transacionava”, disse Marilia em sua conta no Facebook. “Qualquer coisa diversa é mimimi da esquerda tentando agregar valor a um cadáver tão comum quanto qualquer outro”, finalizava a postagem.
“De forma absolutamente irresponsável, a desembargadora entrou na “narrativa” que vem sido feita nas redes sociais para desconstruir a imagem de Marielle, do PSOL e da luta pelos direitos humanos”, criticou o partido, em nota.
Deputado federal
A legenda também afirmou que estuda possíveis ações contra o deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF). O parlamentar usou sua conta no Twitter para dizer que Marielle Franco era o novo “mito” da esquerda.
Leia também: ‘Só tem bandido’ e ‘reação de corruptos’: 9 repercussões da morte de Marielle
“Engravidou aos 16 anos, ex-esposa de Marcinho VP [conhecido traficante de drogras do Rio de Janeiro], usuária de maconha, defensora de facção rival e eleita pelo Comando Vermelho, exonerou recentemente 6 funcionários, mas quem a matou foi a PM”, criticou o parlamentar. A postagem também foi retirada do ar.
O caso
Marielle Franco foi executada com dois tiros na cabeça na noite da última quarta-feira (14), no Rio de Janeiro. Dias antes do assassinato, Marielle, que acompanhava na condição de vereadora a intervenção federal, como forma de coibir abusos das Forças Armadas e da polícia a moradores de comunidades, recebeu denúncias envolvendo PMs que patrulham a Favela de Acari, na zona norte do Rio.
Impasse sobre apoio a Lula provoca racha na bancada evangélica
Símbolo da autonomia do BC, Campos Neto se despede com expectativa de aceleração nos juros
Eleição de novo líder divide a bancada evangélica; ouça o podcast
Eleição para juízes na Bolívia deve manter Justiça nas mãos da esquerda, avalia especialista