Não restou dúvidas de que o resultado final da sessão do Supremo Tribunal Federal (STF) desta quinta-feira (22), que adiou o julgamento do habeas corpus para 4 de abril e concedeu liminar vetando a prisão de Lula até essa data, trouxe alívio e alguma esperança aos petistas. Tanto que o que se viu na porta do tribunal foram manifestantes pró-Lula celebrando, ainda que com moderação, e anti-petistas irritados e chamando os ministros da Suprema Corte até de "bandidos".
Entre os congressistas, o PT usou da moderação, mas não escondeu certa satisfação. O líder interino do PT na Câmara, deputado Wadih Damous (RJ) preferiu a precaução. Ele disse que a decisão foi técnica e correta, mas que, do resultado de hoje, não se pode deduzir o resultado do julgamento do mérito. E afirmou que não dá para comemorar. “Vida segue normalmente. O presidente Lula segue em caravana”, disse.
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O líder do Democratas na Câmara, deputado Rodrigo Garcia (SP), não gostou da concessão da liminar. "O Supremo decidiu não decidir. Havia uma expectativa muito grande. A decisão do HC teria efeito para outros. Mas a liminar foi algo dirigido ao Lula", disse ele, insatisfeito com o desfecho da sessão desta quinta.
A decisão do STF foi esdrúxula e na contramão da máxima da Justiça de que todos são iguais perante a lei, segundo o líder do PPS na Câmara, deputado federal Alex Manente (SP). “Quem assistiu o espetáculo ficou com a certeza de que fez papel de bobo. Se marcaram o julgamento era para sair com um resultado, seja ele a favor ou contra Lula. Do jeito que terminou até parecia que o STF estava obstruindo a Justiça”, avaliou.
A presidente nacional do PT, a senadora Gleisi Hoffmann, manifestou, sem rodeios, que gostou do resultado. "O reconhecimento do STF ao HC impetrado por Lula e a expedição de salvo conduto são decisões iniciais que respeitam a Constituição. Esperamos que esse seja o caminho do Supremo na decisão final!", disse a petista, via redes sociais.
O ex-ministro da Justiça José Eduardo Cardozo também considerou positiva a decisão do STF. “Do ponto de vista jurídico o recebimento do habeas corpus foi correto, em total conformidade com as decisões do tribunal, e a liminar é absolutamente necessária. É evidente que nessa decisão existe a fumaça do bom direito”, disse.
O também ex-ministro da Justiça Tarso Genro avalia que a decisão do STF mostrou que a Suprema Corte se comportou como a instituição garantidora dos direitos constitucionais.
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