Com um discurso de derrota no campo político, reconhecendo não ter votos para barrar a reforma trabalhista, representantes de movimentos sociais e partidos sugeriram partir para a violência para impedir a aprovação do projeto, que está na pauta do Senado para ser apreciado na terça-feira (11). O tom do discurso foi reforçado pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), presidente nacional do PT, em evento para lançar o movimento suprapartidário pelas Diretás Já, na manhã deste sábado (8), no salão de um hotel em Curitiba, na presença de pouco menos de 200 pessoas.
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Com o argumento de que a maior parte dos parlamentares brasileiro se alinha com a elite e não entende as demandas do trabalhador, ela disse:
“só tem um jeito. Vamos ter que radicalizar”.
Gleisi também sugeriu que o Senado fosse ocupado, inclusive sentando na cadeira do presidente Eunício Oliveira (PMDB-CE), para que a reforma trabalhista não fosse colocada em votação. E acrescentou que preferencialmente deveriam ser mulheres a fazer isso, já que o risco de enfrentamento físico seria menor.
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Em entrevista à imprensa, Gleisi reiterou a ideia:
“às vezes a gente pensa que tem que ir para as vias de fato”.
O discurso dela seguiu o embalo da fala de Nelson Silva de Souza, o Nelsão da Força Sindical, que poucos minutos antes havia sido ainda mais enfático sobre a violência, defendendo “bater em deputado que vota contra trabalhador”, “dar tapa na cara”.
Nelsão, que já foi preso e também foi acusado de vandalismo, participou do evento como um dos movimentos sociais que apoiam as Diretas Já. Como um dos mais comedidos entre os presentes, o senador Roberto Requião (PMDB-PR) não endossou qualquer tipo de violência, mas reiterou o argumento de que sem a pressão popular não será possível vencer, no voto, a ala congressista que defende as reformas.
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Senadora se posicionou contra a violência recentemente
Gleisi já foi vítima de violência e também já se posicionou contra qualquer tipo de agressão. Em abril do ano passado, ela foi hostilizada por um grupo de manifestantes com cartazes, narizes de palhaço e máscaras do juiz Sergio Moro quando participava de uma audiência pública e também na chegada ao aeroporto Afonso Pena.
No mês passado, pouco depois de ser eleita presidente nacional do PT, ela emitiu uma nota lamentando a agressão sofrida pela jornalista Miriam Leitão, por dirigentes petistas, em um voo, dizendo que o partindo não orienta a “militância a agredir qualquer pessoa por suas posições políticas e ideológicas”.
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