Os petistas se programam para resistir – fisicamente – no eventual momento da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) negue habeas corpus ao petista em 4 de abril. A direção do PT e os militantes já organizam algumas estratégias. Uma delas é fazer um escudo humano no momento que forem levar o ex-presidente para a prisão.
“Faremos resistência. A não ser que consigam nos pegar numa cilada. A militância vai fazer um escudo humano em torno do Lula. O mínimo que podemos fazer é demonstrar nossa força física. Mínima. Não aceitamos a prisão de Lula, uma pessoa que é absolutamente inocente, contra quem não se há uma prova e que sofre uma total perseguição jurídica”, disse à Gazeta do Povo Gilberto Carvalho, ex-ministro dos governos petistas.
Presente na manifestação da última quinta-feira (22) em frente ao STF, no julgamento do habeas corpus de Lula, Carvalho tem percorrido gabinetes de ministros do tribunal há algumas semanas.
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Ele afirmou que existirá esse escudo, nem que seja algo simbólico. A ideia é resistir. Lula teria dado carta branca a essa ação. “Afinal, quem tem as armas são eles, não temos nem um canivete nas mãos”, diz Carvalho.
O petista afirmou ainda que, depois da prisão, nem os militantes nem Lula darão “descanso a eles”. “Não pensem que ele será um preso normal. Não será. Não daremos descanso para eles. Nem Lula dará.”
Carvalho conversou com a Gazeta durante o julgamento do habeas corpus. O Supremo não chegou a decidir a questão, mas deu um salvo-conduto a Lula, impedindo sua prisão. Assim, mesmo que o TRF-4 decida contra Lula nesta segunda-feira (26), o juiz federal Sérgio Moro não poderá determinar a prisão dele.
“Saí do gabinete de um dos ministros [do STF] e disse a ele: ‘Quero que o senhor saiba que não aceitaremos a prisão do Lula. Temos o direito, pelo menos, a desobediência civil, assegurada pela Constituição e é um dos direitos humanos básicos e universais”, contou Carvalho.
Carvalho foi chefe de gabinete de Lula e ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República no governo de Dilma Rousseff. “Disse aos ministros, alguns têm essa compreensão, se tratar de um processo contestadíssimo. É no mínimo uma imprudência. Não é um caso líquido e certo. Há uma contestação nacional e internacional.”
Para o petista, é mais fácil deixar o Lula livre. “Com Lula preso, as consequências serão imprevisíveis. Ninguém pode dizer hoje o que vai acontecer. Vamos mobilizar a sociedade. E fazer de tudo para que entendam que o país não terá um funcionamento institucional normal com a sua prisão”.
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