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Para oposição, votação do impeachment de Dilma em um domingo criou “jurisprudência” que deve ser seguida agora no processo contra Temer. | Lula Marques/Agência PT
Para oposição, votação do impeachment de Dilma em um domingo criou “jurisprudência” que deve ser seguida agora no processo contra Temer.| Foto: Lula Marques/Agência PT

Nada como um dia após o outro, proclamam os petistas ao tratarem da atual condição política de Michel Temer, que nesta quinta-feira (29) foi instado pela Câmara a fazer sua defesa diante da denúncia encaminhada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) . O PT, e outros partidos da oposição, querem dar o “troco” e reivindicam que a votação da denúncia por crime de corrupção passiva que pode afastar o presidente do cargo seja, também, num domingo. Foi nesse dia da semana, em 17 de abril do ano passado, que os deputados aprovaram a abertura do impeachment contra Dilma Rousseff.

Esse movimento já começou e esse pedido será formalizado ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), um obstáculo a ser vencido dada sua proximidade com Temer. Um dos entusiastas da ideia, o ex-líder do PT Henrique Fontana (RS) argumenta que, ao adotarem esse procedimento contra Dilma, criaram uma “jurisprudência” (assista entrevista). Para ele, a sessão também deve durar o maior tempo possível e, de preferência, com a mesma transmissão ao vivo por rádios, TVs e sites noticiosos.

“No momento que se criou essa jurisprudência na Casa, que votou o impeachment fraudulento da Dilma num domingo, agora temos todos os motivos porque se trata de uma denúncia consistente, com um conjunto de provas robustas”, disse Fontana.

“Temos que ter o maior número possível de brasileiros acompanhando o posicionamento de cada um dos deputados, ao vivo e a cores. Vai ser uma votação histórica, singular. Nunca um presidente foi denunciado por crime comum e deve sim ser num domingo e numa sessão longa”, completou o petista.

A pretensão do PT, porém, pode esbarrar na boa, ou má vontade, de Rodrigo Maia. A sessão de impeachment de Dilma foi num domingo porque o então presidente da Câmara era Eduardo Cunha (PMDB-RJ), um patrocinador e defensor ardoroso da queda da petista.

“Acredito, sim, que sendo pressionado legitimamente, como temos feito, o Rodrigo Maia pode fazer assim. Ele já deve uma resposta ao Brasil por causa da não instalação da comissão de impeachment (de Temer). Tem vinte pedidos parados na sua mesa”. Nesta quarta-feira (28), um grupo de deputados da oposição ingressou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal para forçar Maia a dar uma resposta aos pedidos de impeachment.

A deputada Janete Capiberibe (PSB-AP) também quer a votação da denúncia num domingo. “A única diferença é que não teremos aqui aqueles discursos inflamados da direita, citando mãe, pai, avó, cachorro, galinha e papagaio”, disse a parlamentar.

Defensor do governo, o deputado Carlos Marun (PMDB-MS) diz que o dia tanto faz. Ele está confiante na permanência de Temer no cargo qualquer que seja o dia da votação. “A data não importa, já que em qualquer dia e em qualquer hora a denúncia será rejeitada. E isso vai acontecer antes do recesso” , disse Marun.

A postura de Maia durante o processo de análise da denúncia contra Temer é uma incógnita. Nesta quinta, ele surpreendeu o Planalto ao anunciar que não irá unificar as denúncias da Procuradoria-Geral da República e votá-las em conjunto, como queria Temer. Maia é o sucessor imediato do presidente no caso de seu afastamento.

Assista à entrevista com o deputado Henrique Fontana (PT-RS)

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