Fernando Haddad dança carimbó em Minas.| Foto: Osger Machado/ UFMG

No Partido dos Trabalhadores (PT) não há outro nome. Se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva for inviabilizado pela Justiça em disputar a presidência seu “sucessor” será o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad, que está a mil por hora. Haddad já está nas ruas: faz palestras, critica o governo Temer, fala de educação e até dança carimbó, como ocorreu na abertura da SBPC Educação, em Montes Claros (MG), no início de julho.

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O próprio Lula já declarou numa entrevista que Haddad pode se tornar um presidenciável caso se disponha a correr o país. Haddad, devagar e sempre, tem se movimentado. Além de Minas, já passou por Pernambuco, Paraíba e em vários eventos em São Paulo. A plateia ainda é pequena. Fala quase que exclusivamente para universitários. Mas já é um início.

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Haddad nega que será o candidato petista em 2018. Repete, quando perguntado, que esse “posto” é de Lula. Não diria outra coisa mesmo nesse momento. Haddad é bem visto dentro do partido: não é radical, é palatável a classe média, não está envolvido em denúncias pesadas e não fez uma gestão desastrosa na capital paulista, ainda que não tenha sido reeleito. Seu maior obstáculo é também seu maior trunfo: o PT, um partido odiado, mas ainda amado por um segmento no país. E terá um padrinho de peso: Lula.

Haddad foi ministro da Educação de 2005 a 2012. É um dos temas de seus discursos. Mas não o único. Nesta segunda (7), ao abrir a Semana da Economia da Unicamp, em Campinas, disse que o país vive um momento angustiante e terrível. Ele elogiou a Constituição de 1988, disse que a “mão das elites” sempre quis mudá-la e afirmou que somente com nas gestões petistas as previsões do texto constitucional foram colocadas em práticas. E elogiou sua passagem pelo MEC.

“Nos anos 2000 conseguimos dar consequência à Constituição. Na área que entendo melhor, passei oito anos no MEC, ocorreu uma expansão de oportunidades impressionante no país. A educação superior tomou uma dimensão que não tinha. Somos oito milhões de universitários. Éramos três milhões. Se olharmos as tarefas pela frente a sensação é de desânimo, mas se imaginar o que éramos e no que nos tornamos foi um avanço extraordinário”, disse Haddad.

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“Se você conversar com os reitores, ou com qualquer secretário de educação estadual, de qualquer unidade da federação, numa conversa reservada, vai atestar o que estou dizendo. Os sonhos iam se tornando realidade”.

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Em Minas, Haddad falou sobre educação e corrupção. Disse que diploma não assegura a condição de honesto das pessoas. E, por isso, é preciso olhar outros valores.

“É preciso repensar a educação. Apostar mais em novos valores. Entender que fazem parte de uma comunidade e ter um pouco mais de sensibilidade com essa questão social. Você vê que todo mundo que está preso aí tem diploma universitário. Não é problema de educação, mas de valores. Prestar atenção na sociedade, na desigualdade, com quem é vítima de preconceito. É nesse tipo de coisa que a gente precisa apostar.”