A crise que resultou na demissão do agora ex-ministro Gustavo Bebianno foi deflagrada por um dos filhos do presidente Jair Bolsonaro, o vereador Carlos, do Rio de Janeiro. Outros dois – o senador Flávio e o deputado Eduardo – também já criaram dores de cabeça para o pai. Os “garotos” de Bolsonaro, afinal, são uma ameaça para o governo e para o país? Essa foi a discussão desta semana do Podcast República, programa de política da Gazeta do Povo.
Conduzido por Fernando Martins, o podcast teve a participação dos jornalistas Lúcio Vaz, Olavo Soares e André Gonçalves – que concordaram que os filhos de Bolsonaro criam problemas e têm de ser contidos pelo pai para não prejudicar o governo e o país. Eles também discutiram qual dos três representa o maior risco para o governo. E a conclusão é de que tem mais potencial para causar danos ao presidente é o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), apesar de Carlos (PSC-RJ) ser o mais explosivo e de Flávio (PSL-RJ) estar sendo investigado por movimentações financeiras suspeitas ligadas ao seu antigo gabinete de deputado estadual do Rio, especialmente as de seu ex-assessor Fabrício Queiroz.
Eduardo demonstra ter pretensões políticas maiores do que ser apenas mais um dos 513 deputados: nos bastidores da política, comenta-se que gostaria de suceder o pai na Presidência. E isso é um risco para Bolsonaro porque ele age como se fosse um integrante do governo.
As ações de Bolsonaro indicam isso: ele, por exemplo, circula pelo mundo como uma espécie de chanceler informal do governo, e até mesmo confirmou a mudança da embaixada do Brasil em Israel de Tel Aviv para Jerusalém – algo que ainda não foi oficializado e que conta com a oposição dos países árabes (que já ameaçaram promover retaliações comerciais contra o Brasil). Também estaria articulando a criação de um novo partido para abandonar o PSL – o que pode ter impactos na articulação política do governo no Congresso.
Além disso, Eduardo também costuma dar declarações polêmicas que exige que seu pai ponha panos quentes: disse que bastava um cabo e um soldado para fechar o Supremo Tribunal Federal (STF), defendeu a instituição da pena de morte no país e brigou com integrantes da bancada do PSL pelo WhatsApp.
O caso de Carlos Bolsonaro, pivô da demissão de Bebianno, também foi discutido no Podcast República. Os jornalistas analisaram os motivos da crise (sobretudo a disputa pela comunicação do governo) e seus impactos (os atritos com o Congresso, já que Bebianno era uma ponte entre o Planalto e o Legislativo).
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Os jornalistas da Gazeta do Povo também analisaram no podcast a situação de Flávio Bolsonaro. O senador é o filho mais “quieto” de Bolsonaro, mas está envolvido nas investigações sobre movimentações financeiras suspeitas envolvendo Fabrício Queiroz, seu ex-assessor na Assembleia Legislativa do Rio. O caso tem potencial para causar grande dano à imagem de Bolsonaro. Apesar disso, os jornalistas avaliaram que a tendência é que o prejuízo político acabará sendo assumido por Flávio.
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