O Partido dos Trabalhadores (PT), que elegeu a maior bancada nas eleições para a Câmara, lançou no sábado (1º) uma resolução de balanço do cenário eleitoral. O documento destaca a liderança “altiva” e “competente” de Fernando Haddad, mas cita o nome do candidato derrotado apenas 10 vezes, e 24 vezes o nome de Lula – que, segundo o partido, “segue como a principal liderança da esquerda brasileira”. Ao mesmo tempo, partidos de esquerda como o PDT, o PSB e o PCdoB articulam uma frente de oposição excluindo o PT, e siglas de centro tentam criar um “blocão” para isolar também o PSL, partido do presidente eleito Jair Bolsonaro.
O Podcast República, programa semanal da Gazeta do Povo de análise sobre a política nacional, discutiu nesta quarta-feira (5) as articulações que estão sendo feitas no campo da oposição e qual a chance de elas funcionarem. Sob a mediação de Renan Barbosa, os jornalistas Fernando Martins, Lúcio Vaz e Débora Álvares discutiram se o PT vai ter de reinventar para manter a hegemonia no campo da esquerda, mesmo tendo eleito a maior bancada para a Câmara. Os participantes analisam a falta de autocrítica do partido e as dúvidas internas sobre como avançar para além da figura do ex-presidente Lula.
Os jornalistas discutiram também, à luz de declarações recentes de lideranças partidárias, como o PT está reagindo à derrota que sofreu nas urnas, e quais as condições para que um bloco de oposição à esquerda consiga se firmar fora da órbita de influência do partido que governou o Brasil entre 2003 e 2016. Um dos movimentos discutidos é o do candidato derrotado à Presidência Ciro Gomes (PDT) e de seu irmão, o senador eleito Cid Gomes (PDT-CE). O Podcast República discutiu ainda se o nome de Tasso Jereissati (PSDB-CE), que vem sendo ventilado para a Presidência do Senado, poderia sinalizar a existência de uma oposição de centro ou a adesão do centro ao governo eleito.
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Por fim, os participantes discutiram as possíveis rotas de colisão do governo eleito com o Judiciário, o Ministério Público e a sociedade civil. O Podcast discutiu as declarações recentes do ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de que é hora de o Judiciário se recolher depois de anos de protagonismo político, e se o presidente pode, sozinho, garantir esse recolhimento.
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