Se você se assusta com o preço dos combustíveis nos postos do Brasil, fique certo que o susto não é à toa. Uma das razões para esse preço tão alto é a pesada carga tributária que incide sobre os combustíveis. E, nesse caso, não é só a gasolina que tem o preço nas alturas. Isso também vale para o diesel – e é por causa do custo elevado desse combustível que caminhoneiros deflagraram uma greve no país.
Eles protestam contra o aumento dos combustíveis e também contra os impostos que inflam esse custo. A categoria quer que o governo zere a alíquota de PIS/Pasep e Cofins e conceda a isenção da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico), que incidem no óleo diesel e são responsáveis pelo preço nas bombas ser tão alto.
O que incomoda muitos consumidores é a percepção de que o Brasil produz grandes quantidades de petróleo mas que esse “benefício” não chega aos valores na bomba. E, de fato, quando se considera apenas os 15 maiores produtores de petróleo do mundo, a gasolina vendida no Brasil é a segunda mais cara.
Numa lista mais ampla, no entanto, o país ocupa posição intermediária. De uma lista de preços em 167 países compilada pelo site Global Petrol Prices, a gasolina brasileira aparece na 79.ª posição.
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Desde julho do ano passado, a Petrobras mudou a política de preço para reajuste de combustíveis. A estatal assumiu que o petróleo é uma commodity, que exige atualização diária dos preços. E é isso que vem sendo feito desde então: a empresa acompanha a oscilação de preços do mercado internacional e repassa esses valores ao combustível que é vendido para as distribuidoras. São as distribuidoras, por sua vez, que repassam o combustível aos postos, para então chegar ao consumidor final.
O novo preço pesou no bolso no consumidor. De junho de 217 até agora, o preço da gasolina na bomba aumentou 20% – passou de R$ 3,55 para R$ 4,26. Com o diesel, a alta foi de 19% – passou de R$ 2,99 para R$ 3,56. Os dados são da Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Essa alta reflete a valorização do petróleo no mercado internacional. Desde março deste ano, a Petrobras passou a divulgar o valor de venda do litro do combustível nas refinarias. O custo da gasolina aumentou R$ 0,45: passou de R$ 1,64 no final de março para R$ 2,09, valor que será comercializado na terça-feira (22). Isso significa uma alta de 27%. Em relação ao diesel, o quadro é semelhante: o combustível valorizou 28%, passando de R$ 1,85 no final de março para atuais R$ 2,37 – um aumento de R$ 0,52.
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Outro fator que colaborou para esse quadro de alta nos derivados do petróleo foi a decisão do governo federal de, em julho de 2017, aumentar os impostos que incidem sobre combustíveis para aumentar a arrecadação e ficar dentro da meta fiscal do ano. Toda essa movimentação gerou a discussão sobre o custo dos combustíveis vendidos no Brasil em comparação aos preços praticados em outros países.
Veja o custo da gasolina e do óleo diesel no Brasil e outros países, de acordo com levantamento do site Global Petrol Prices, que coleta os preços de combustível de mais de 150 países e faz um monitoramento semanal desses dados. As fontes de informação do projeto incluem agências governamentais, mecanismos de transparência do preço do combustível, associações de veículos, grupos de defesa do consumidor e empresas internacionais.
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