Praticamente nove em cada dez brasileiros apoiam a greve dos caminhoneiros. E a mesma proporção da população não aceita ser penalizada por corte de gastos públicos e aumento de impostos – medidas anunciadas pelo governo para compensar o subsídio que reduzirá em R$ 0,46 o preço do litro do diesel.
As constatações são de pesquisa do Datafolha divulgada nesta quarta-feira (30). O levantamento foi feito por telefone, na terça (29), com 1,5 mil pessoas de todas as regiões, e tem margem de erro de 3 pontos porcentuais para mais ou para menos.
Conforme a pesquisa, 87% dos entrevistados aprovam o movimento de paralisação. Dez por cento se declararam contrários e os demais se disseram indiferentes ou não souberam opinar.
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A respeito das medidas preparadas pelo governo para “pagar a conta” da greve e atender às reivindicações dos transportadores, 87% disseram ser contrários e 10%, favoráveis. De acordo com o Datafolha, os entrevistados consideram que, com as medidas, o governo vai favorecer empresários e caminhoneiros e prejudicar a população.
A atuação do presidente Michel Temer nas negociações com os caminhoneiros é reprovada por 77% dos entrevistados e aprovada por apenas 6%. Outros 16% a consideraram regular. A grande maioria – 96% – aponta que Temer demorou para negociar.
Para 42% dos entrevistados, os motoristas autônomos são os responsáveis pela greve. Mas 31% concordam com a tese do governo de que as transportadoras é que são responsáveis.
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Se o movimento continuar apesar do acordo feito pelo governo, a ampla maioria (88%) defende que as negociações continuem, e apenas 9% defendem o uso da polícia e das Forças Armadas.
Como a greve afetou a rotina dos brasileiros
O levantamento sugere que o impacto da greve sobre o cotidiano das pessoas foi relativamente baixo: 51% deixaram de fazer alguma atividade apontada na pesquisa e 49% mantiveram a rotina.
Tiveram problemas para abastecer o carro 53% dos entrevistados, ao passo que 43% não encontraram dificuldade. Apenas 24% relataram dificuldades para comprar alimentos, ante 75% que não reportaram esse problema.
Apenas 15% dos entrevistados deixaram de ir ao trabalho, 19% dos alunos deixaram de comparecer às aulas, 13% das pessoas deixaram de ir ao médico e 26% cancelaram viagens.